Uma onda de frio sem precedentes em décadas com recordes em algumas cidades de até um século atingiu na última semana as Planícies Centrais dos Estados Unidos e alguns estados do Sul norte-americano. O frio foi excepcional com neve em quantidade fora do comum para a região e mínimas não vistas em muitas gerações.

O frio extremo levou o estado do Texas a uma grave crise energética com milhões de pessoas sem luz pela perda de geração eólica, nuclear e, principalmente, térmica ante a queda da oferta de gás para usinas e o congelamento de equipamentos. A falta de luz foi responsável por muitos texanos ficarem sem águas e em diversas cidades, como Houston, a população foi orientada a ferver a água.

Uma outra consequência do frio foi o estouro de encanamentos. As empresas de seguros (insurance) residenciais e de empresas aguardam dezenas de milhares de pedidos de indenização por sinistros resultantes de problemas hidráulicos.

Diferentemente de estados mais ao Norte do país, acostumados com o clima frio e a rede mais preparada com isolamento térmico pela baixa temperatura, a rede hidráulica no Texas não estava preparada para tamanho frio.

O resultado foi uma enorme quantidade de canos que estouraram, gerando imagens muito curiosas de carros e até ventiladores de teto congelados em razão dos vazamentos. Dallas, Austin e Houston concentraram o maior número de sinistros, mas eles ocorrer por todo o estado.

Como faz muito calor no Texas no verão, é comum que muitas pessoas tenham piscinas nos quintais de suas casas. O que jamais poderiam imaginar é que um dia poderiam caminhar sobre as suas piscinas cheias d’água.

Em uma pequena cidade, dezenas de milhões de litros d’águas foram perdidos após os canos se romperem. Em outra, uma caixa d’água que existe por meio século não suportou a intensidade do frio e houve vazamento, gerando uma imagem incomum de se ver.

No Sul do Brasil, em fortes ondas de frio, é comum haver um aumento de casos de canos que estouram em razão da baixa temperatura. O problema no Paraná ocorre mais na área de Palmas e General Carneiro, região mais fria do Estado. Em Santa Catarina, os casos se dão principalmente na região do Planalto Sul que registra as marcas mais frias do Sul do país. No Rio Grande do Sul, os rompimentos de canos e tubulações ocorrem mais na Serra e nos Campos de Cima da Serra.

Seja pela dilatação da água congelada, a alteração na pressão ou a contração térmica das tubulações, os problemas hidráulicos se acumulam no frio.

Quando a água congela dentro do cano, as moléculas se expandem, formando um bloqueio de gelo que impede a passagem de água não congelada. 

As áreas do cano a montante do bloqueio normalmente não correm o risco de estourar porque a pressão não é grande o suficiente. Nesse caso, a água não está bloqueada e sempre pode retornar à sua fonte. 

Em vez disso, a pressão resultante da água descongelada entre o gelo e a torneira fechada é a principal causa de rupturas em canos congelados.