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Vista de árvore em área desmatada em plena selva amazônica durante sobrevoo de ativistas do Greenpeace sobre áreas de exploração ilegal de madeira como parte da segunda etapa do relatório “A Crise Silenciosa da Amazônia”, no estado do Pará. Segundo o relatório, caminhões de madeira carregam à noite as árvores derrubadas ilegalmente para as serrarias, que as processam e exportam como se fossem de origem legal para França, Bélgica, Suécia e Holanda. | RAPHAEL ALVES/AFP/METSUL METEOROLOGIA 

O desmatamento nos diferentes biomas brasileiros aumentou 20,1% em 2021, segundo relatório independente publicado nesta segunda-feira que estima que no ano passado a Amazônia perdeu 18 árvores por segundo. Este é o terceiro ano consecutivo em que o Projeto MapBiomas Alerta publica o Raio-X do desmatamento em todos os biomas brasileiros produzido a partir da validação, refinamento e geração de laudos para cada alerta de desmatamento detectado ao longo do ano no Brasil.

São apresentados os dados de desmatamento a partir de diferentes recortes territoriais (ex. estado, município, bioma) e fundiários (imóveis rurais, assentamentos, etc.). Também são avaliados os indícios de ilegalidade, os principais vetores do desmatamento e as ações realizadas por órgãos públicos federais e estaduais para controlar o problema.

“O Brasil perdeu 16.557 km2 (1.655.782 hectares) de cobertura de vegetação nativa em todos seus biomas no ano passado”, contra 13.789 km2 (1.378.929 hectares) em 2020, detalhou a plataforma colaborativa Mapbiomas, que coleta dados de diferentes sistemas de mapeamento por satélite.

Do total da área desmatada em 2021, 59% se concentrou na Amazônia, seguida pelo Cerrado, que respondeu por 30,2% da área explorada, pela Caatinga com 7%, pela Mata Atlântica com 1,8% e pelo Pantanal com 1,7%.


“Somente na Amazônia foram 111,6 hectares desmatados por hora ou 1,9 hectares por minuto, que equivale a cerca de 18 árvores por segundo”, acrescentou a Mapbiomas, uma rede de ONGs, universidades e empresas de tecnologia. A agropecuária continua sendo o principal “vetor de pressão” do desmatamento, respondendo por quase 97% da área desmatada.

 

No estado do Pará, a mineração ilegal também foi um vetor “expressivo”, segundo a Mapbiomas. Nos últimos três anos, a área desmatada em todos os biomas chegou a 42 mil km2, “quase a área do estado do Rio de Janeiro”, segundo o relatório.

Dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que entre janeiro e junho de 2022 a porção da floresta amazônica localizada no Brasil perdeu 3.988 km2 devido ao desmatamento, um recorde para um primeiro semestre do ano desde 2016, início da série de registros do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), baseado em alertas diários. Os números oficiais mostram que desde 2019 o desmatamento anual médio na Amazônia brasileira aumentou 75% em comparação com a década anterior.

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