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A MetSul Meteorologia adverte para volumes excepcionalmente altos de chuva no Sul do Brasil nestes primeiros dez dias de setembro com marcas extremamente altas de precipitação em diversos municípios. Os acumulados devem ser tão altos em alguns pontos em tão curto período, em cerca de uma semana, que poderão ser reputados mesmo como extraordinários.

O cenário de precipitação para estes primeiros dez dias de setembro não tem precedentes nos últimos anos, que foram marcados pelo fenômeno La Niña que reduziu a chuva demais durante os meses de primavera. Volumes tão altos quanto se prevê encontram paralelo no período 2015-2015, quando do Super El Niño.

As médias históricas de precipitação para o mês de setembro no Rio Grande do Sul, de acordo com a série histórica 1991-2020 do Inmet, são de 97,0 mm em Santa Vitória do Palmar, 110,8 mm em Rio Grande, 128,7 mm em Pelotas, 138,3 mm em Torres, 146,6 mm em São Luiz Gonzaga, 147,8 mm em Porto Alegre, 155,3 mm em Santa Maria, 160,4 mm em Encruzilhada do Sul, 162,5 mm em Cruz Alta, 163,1 mm em Caxias do Sul, 165,5 mm em Passo Fundo, 169,9 mm em Bom Jesus e 175,1 mm em Iraí.

O que os modelos numéricos indicam para os próximos dias excede e muito a chuva média de todo o mês em diversas localidades. Os acumulados projetados são tão extremos para apenas uma semana que chegam a ser equivalentes a duas ou três vezes a média histórica de chuva do mês inteiro em diversas localidades, em particular da Metade Norte gaúcha.

Isso significa que os acumulados de precipitação em algumas cidades gaúchas somente durante os primeiros dez dias do mês podem atingir praticamente a média histórica de chuva de toda a primavera, o que é notável por ser a estação um dos períodos mais chuvosos do ano no Rio Grande do Sul.

Porto Alegre e região metropolitana também devem sofrer com os volumes excessivos de chuva no período com acumulados que devem exceder a média histórica de precipitação da capital e outras cidades da Grande Porto Alegre ainda nos primeiros dez dias do mês com dois picos de chuva muito intensa previstos, o primeiro no dia e o segundo entre os dias 7 e 9, embora chova em outros dias.

Trata-se, assim, de uma situação que foge ao convencional. Chover muito em setembro em se tratando de Rio Grande do Sul não tem nada de anormal, a ponto de existir o folclore em torno da enchente de São Miguel em torno das enchentes que muitas vezes ocorrem na segunda quinzena de setembro.

Vejas as últimas projeções de chuva

Todos modelos numéricos de previsão do tempo analisados pela MetSul Meteorologia indicam acumulados excessivamente altos para os primeiro dez dias do mês. Grande parte do estado deve ter marcas acima de 100 mm no período com muitas áreas tendo volumes acima de 200 mm indicados. Preocupa o indicativo de vários modelos de volumes em algumas áreas de 300 mm a 400 mm com índices isoladamente até superiores.

Os mapas acima mostram as projeções de chuva para sete dias do modelo alemão Icon, para dez dias do modelo ECMWF do Centro Meteorológico Europeu e do modelo CMC do serviço meteorológico do Canadá. Todos apresentam a tendência de chover mais na Metade Norte com os acumulados mais extremos no setor Noroeste do território gaúcho. O modelo europeu indica ainda volumes excessivos entre os vales e a Grande Porto Alegre.

A chuva volumosa não vai se limitar ao Rio Grande do Sul. Áreas de Santa Catarina e do Paraná também devem ter muita chuva durante estes primeiros dez dias do mês, em particular o estado catarinense. Os mais altos acumulados tendem a ocorrer no Oeste catarinense e paranaense, onde alguns pontos podem ter volumes de 200 mm a 300 mm.

Chuva trará alagamentos, inundações e enchentes

A MetSul Meteorologia adverte que a chuva excessiva a extrema do primeiro decêndio do mês de setembro deve trazer muitos problemas e transtornos em grande número de cidades do Sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul. Estatísticas históricas do Brasil e do exterior mostram que o excesso de chuva causa mais vítimas fatais que vento forte ou tempestades, assim chuva extrema é situação de elevado perigo.

A chuva em alguns momentos deve ser forte a torrencial com acumulados muito altos em curto período (50 mm a 100 mm em poucas horas), o que pode trazer alagamentos e inundações repentinas em áreas urbanas e rurais.

A persistência da chuva por vários dias deve provocar ainda inundações e prováveis cheias de vários rios com enchentes. As bacias de maior risco são aquelas que cortam o Noroeste, o Norte, o Centro e o Nordeste do estado, o que inclui os rios que cortam os vales (Taquari, Caí, Sinos e Paranhana) assim como o Jacuí e o Uruguai, além de rios menores.

Chuva com acumulados tão extremos como se prevê traz ainda riscos geológicos. Será muito alto o risco de deslizamentos de terra em áreas de encostas de morros. Devem ocorrer ainda quedas de barreiras que podem gerar bloqueios parciais ou totais de rodovias estaduais e federais. Algumas estradas, particularmente municipais e rurais, devem se tornar intransitáveis com prováveis trechos e pontilhões cobertos pela água. Com a perspectiva de forte correnteza, trechos alagados devem se terminantemente evitados sob perigo de acidentes fatais.

Como consultar os mapas

Todos os mapas neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas a qualquer hora. A plataforma oferece mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.

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