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A poderosa onda de frio que atingiu a América do Sul trouxe grandes prejuízos para a agricultura do Sul do Brasil e de países vizinhos. Estimativas do mercado apontam que no Rio Grande do Sul até 20% ou 30% da safra de trigo pode ter sido perdida em razão do frio intenso e da forte geada. 

Trigo teve graves perdas no município de Novo Machado (Alessandro Raiter)

Áreas de baixadas de municípios produtores da Metade Norte gaúcha registraram entre sexta e sábado -3ºC a -5ºC. Em Soledade, no Alto da Serra do Botucaraí, as mínimas foram de 7°C abaixo de zero na sexta e de 5,4°C negativos. Em Tio Hugo, os termômetros marcaram 4,8°C negativos na sexta e 3,5°C negativos no sábado. Em Carazinho, 3,4°C abaixo de zero na sexta-feira e 0,2°C abaixo no sábado. Pontão teve na sexta-feira uma mínima de -4,0°C e no sábado de -1,7°C. Em Cruz Alta, a temperatura caiu a 2,4°C negativos na sexta e a 0,8°C sábado. Santa Rosa, em baixada, teve 4,4°C abaixo de zero na sexta e 2,6°C abaixo no amanhecer de sábado. 

Em Passo Fundo, uma das principais regiões produtoras de trigo do Rio Grande do Sul, no Planalto Médio, a temperatura mínima da sexta-feira de -1,3ºC foi a mais baixa para o mês desde os mesmos -1,3ºC em 2006, segundo informação do Instituto Nacional de Meteorologia.

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Relatos de produtores são de perdas quase totais em algumas áreas e de quebra ainda nas culturas de milho, canola e aveia. Produtores falam em um “prejuízo histórico”. O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de trigo do país. 

No Paraná, o maior produtor brasileiro, a estimativa no mercado agrícola é que a geada atingiu mais de um terço das lavouras, particularmente do Sudoeste paranaense. Não existem dados ainda de perdas consolidados, mas elas são dadas como certas e significativas. A temperatura chegou a mais de 5ºC abaixo de zero no fim de semana no Sul paranaense. 

A massa de ar polar não apenas foi muito intensa como bastante abrangente e ingressou pelo interior do continente. As perdas foram expressivas no Paraguai no trigo, canola e hortaliças com a forte geada.

Muitas estações meteorológicas no Paraguai registraram recordes de frio. Produtores informam que foi a pior geada tardia em 30 anos, uma vez que normalmente ocorre nos meses de junho e julho. 

Na Argentina também contabiliza as perdas nas lavouras provocadas pelo frio. Em áreas com forte estiagem os danos foram maiores enquanto no Sul da província de Buenos Aires, onde a umidade é maior no solo, as perdas foram menores. A temperatura em algumas áreas produtoras chegou a 10ºC abaixo de zero. O Norte da província de Buenos Aires está entre os locais mais afetados após geada negra em muitas plantações.

A MetSul advertiu que seria um episódio muito intenso e de grande abrangência de ar polar na região. Ainda no boletim de inverno, antes do começo da estação, os nossos meteorologistas alertavam do potencial de intensas incursões de ar polar na segunda metade do inverno pelo resfriamento do Pacífico. A MetSul tem atualizado os seus assinantes agora sobre o risco de geada muito tardia no final da primavera e durante o inverno. 

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