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O Brasil terá chuva nos próximos dez dias com abrangência geográfica como não se vê desde o fim do verão e o começo do outono, projeta a MetSul Meteorologia. Será o fim da estação seca que perdura desde abril e maio, que se iniciou mais cedo neste ano e com precipitações abaixo da média em grande parte do país, enquanto o Rio Grande do Sul registrava excessos históricos.

METSUL

O mapa acima mostra a projeção de chuva para dez dias a partir da rodada da 0Z desta terça-feira do modelo meteorológico europeu, disponível ao assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas. Como se observa no mapa, a chuva deve cair no período em quase todo o Brasil e em muitas cidades que não têm uma gota de precipitação há cinco ou seis meses.

A Região Norte ainda não está no período chuvoso do ano, que se denomina de inverno amazônico, o período do calendário em que há uma maior concentração das chuvas que vai de dezembro até meados de maio, e que normalmente concentra 60% a 70% da precipitação do ano.

Mas são evidentes os sinais que o período mais seco do ano já é passado com aumento da chuva em relação às últimas semanas em vários pontos do Norte. As precipitações aumentam bastante nos próximos dez dias em grande parte do Norte, reduzindo muito os focos de queimadas.

Onde mais deve chover no Norte do Brasil nos próximos dez dias será nos estados de Roraima, Amazonas, Acre e em partes de Rondônia e do Pará. Embora a chuva retorne de forma isolada Tocantins, o estado terá precipitação como não registra há meses.

Na Região Nordeste, a chuva será escassa na maior parte da região com a precipitação outra vez mais concentrada na faixa costeira, especialmente entre a Bahia e o Rio Grande do Norte, mas são pancadas que se intercalam com períodos de sol. No interior do Nordeste, a chuva também será bastante irregular e isolada.

No Centro-Oeste, os sinais do fim da estação seca são evidentes também. Na projeção do modelo europeu se observa chuva em toda a região, o que não se via há meses nos mapas. Há indicativo de instabilidade para grande parte de Goiás, por exemplo, onde os últimos cinco a seis meses foram muitos secos. Brasília deve ter chuva pela primeira vez em meses. Onde mais deve ter chuva no Centro-Oeste será no Norte do Mato Grosso.

No Sudeste do Brasil, igualmente haverá um significativo aumento da instabilidade com chuva em praticamente toda a região. Espera-se a ocorrência de chuva em muitas áreas de Minas Gerais sem qualquer precipitação por meses. Belo Horizonte, embora tenha sol na esmagadora maioria dos dias nos próximos dez dias, pode ter as primeiras pancadas, sobretudo na semana que vem.

Em São Paulo, a chuva atinge quase todo o estado nos próximos dez dias. Uma frente traz chuva na segunda metade desta semana para parte do estado paulista e pancadas atingem muitas áreas do estado no decorrer da próxima semana. No período, os mais altos volumes de chuva vão ocorrer perto da costa. Cenário parecido no Rio de Janeiro com chuva no final desta semana por uma frente fria e novo episódio de instabilidade na semana que vem.

Destacamos que estas pancadas isoladas no Sudeste e no Centro-Oeste nos próximos dez dias devem se dar sob uma atmosfera muito aquecida, assim que é provável que a chuva localmente possa ser forte e com temporais de raios, granizo e vento, em especial da tarde para a noite, tal como ocorre nos meses de verão.

O aumento significativo da precipitação no Brasil com o retorno da chuva para quase todas as áreas do país que estavam secas será fortemente influenciado por um grande centro de baixa pressão que pode atuar na semana que vem no interior do continente entre o Nordeste da Argentina e o Sul do Brasil.

Por isso, os três estados do Sul do Brasil devem ter chuva neste período de dez dias e com volumes altos em áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná. Inicialmente, frente fria traz chuva ente hoje e quinta no Sul do país enquanto na semana que vem o centro de baixa pressão traz chuva novamente para a região e que pode ser localmente forte em várias áreas.

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