Ao menos oito pessoas morreram no Sul dos Estados Unidos depois que a tempestade Beryl derrubou árvores e causou grandes inundações, antes de ser classificado como um ciclone pós-tropical na terça-feira.
No Texas, onde Beryl tocou terra como um furacão de categoria 1 na manhã de segunda-feira, pelo menos sete pessoas morreram, enquanto outra pessoa morreu no vizinho estado da Louisiana, disseram as autoridades.
O número de mortos de Beryl é agora de pelo menos 18, depois de ter atingido o Caribe na semana passada – a certa altura como um furacão de categoria 5, a força mais elevada registrada.
Cerca de 2,2 milhões de residências no Texas ficaram sem eletricidade na terça-feira devido a redes elétricas danificadas, mesmo com a previsão de que as temperaturas chegariam a 41°C com a umidade elevada. Outras 14 mil casas também ficaram sem energia na Louisiana. Abrigos com ar-condicionado foram montados enquanto as equipes trabalhavam para restaurar o serviço.
Beryl enfraqueceu nesta terça-feira e se dirigia para Nordeste em direção ao Canadá com ventos de 45 km/h, disse o Centro Nacional de Furacões dos Esados Uniddos (NHC), alertando que ainda poderia gerar inundações e tornados.
A cidade de Houston, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, foi gravemente atingida por ventos fortes e inundações. O xerife do condado de Harris, Ed Gonzalez, informou que um homem de 53 anos e uma mulher de 74 anos morreram em incidentes separados de queda de árvores em casas.
Mais tarde, o prefeito de Houston, John Whitmire, disse em entrevista coletiva que uma pessoa morreu depois que um raio possivelmente provocou um incêndio, enquanto um funcionário do departamento de polícia morreu nas enchentes a caminho do trabalho.
Enquanto isso, na Louisiana, uma morte foi anunciada pelo gabinete do xerife de Bossier Parish, também causada pela queda de uma árvore sobre uma casa.
Rose Michalec, 51 anos, disse à AFP que Beryl derrubou cercas em seu bairro no sul de Houston. “É um grande dano… É mais do que esperávamos”, disse ela. No Centro de Houston, várias áreas foram inundadas, incluindo o parque onde costuma passear Floyd Robinson, de 76 anos.
“Estou vendo mais água do que jamais vi antes”, disse à AFP o morador de Houston. “Estamos apenas no início de julho e é muito raro termos uma tempestade desta magnitude”, afirmou.
Ao longo da costa do Texas, várias casas e edifícios à beira-mar tiveram os telhados arrancados pelo vento. Houve danos ainda em ruas e estradas como inundações costeiras pela elevação da maré.
Beryl atingiu primeiro Granada e São Vicente e Granadinas como uma tempestade de categoria 4, antes de passar pelas Ilhas Caimã e pela Jamaica, e a certa altura fortaleceu-se para a categoria 5. Atingiu o México na sexta-feira, destruindo árvores e postes de iluminação e arrancando telhas. Beryl deixou um saldo de três mortes em Granada, duas em São Vicente e Granadinas, três na Venezuela e duas na Jamaica.
Foi o primeiro furacão desde que os registros do NHC começaram a atingir o nível de categoria 4 em junho, e o primeiro a atingir o nível mais alto de categoria 5 em julho. É extremamente raro que uma tempestade tão poderosa se forme tão cedo na temporada de furacões no Atlântico, que vai do início de junho ao final de novembro.
Os cientistas dizem que as alterações climáticas provavelmente desempenham um papel na rápida intensificação de tempestades como a Beryl, porque há mais energia num oceano mais quente para elas se alimentarem.
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