
Criança brinca com a neve acumulada em para-brisas de automóvel na Rua Caldas Júnior, em frente à sede do jornal Correio do Povo, no Centro de Porto Alegre | ÉDISON VARA/CP MEMÓRIA
É uma data que vive na infâmia e também é lembrada pelo frio extremo em Porto Alegre. Há 30 anos, Porto Alegre vivia uma noite de noite de terror com perseguição nas ruas e a invasão por bandidos do Plaza São Rafael depois da rebelião seguida de fuga do Presídio Central.
O frio intenso e histórico acompanhou o drama da cidade naqueles dias 8 e 9 de julho, 30 anos atrás. O 8 de julho de 1994 foi excepcionalmente frio com temperatura na estação do Jardim Botânico de 6,2ºC às 9h; 6,4ºC às 15h; e 5,0ºC às 21h. A máxima não passou de 10,5ºC e foi no começo do dia.
No dia 8, em outro fato extraordinário na capital, nevou horas antes da fuga seguida de perseguição pelas ruas de Porto Alegre. No fim da manhã e à tarde, com a circulação de umidade de um ciclone que interagia com ar gélido, caíram pancadas de neve granular e chuva misturada à neve.
Na Serra Gaúcha, a neve foi pesada em alguns momentos e registrou grande acumulação a ponto até de ter bloqueado estradas, como a rodovia que liga as cidades de Gramado e Nova Petrópolis.
No dia 9, no desfecho do drama no hotel e a rendição dos bandidos, Porto Alegre experimentou outro dia de temperatura extremamente baixa que variou apenas entre 3,6ºC e 9,6ºC na estação do Jardim Botânico.
A imagem do então satélite meteorológico Meteosat-3 da congelante tarde daquele distante 8 de julho de 1994 gélido explica o que ocorreu na capital gaúcha e outras cidades do estado ao nível do mar que testemunharam queda de neve.

NOAA/METEOSAT
O Rio Grande do Sul naquele dia estava sob a circulação de umidade de um ciclone extratropical, que trazia além de muitas nuvens e precipitação também vento. Com a atmosfera muito resfriada, a precipitação se converteu em neve. Como o perfil vertical da atmosfera era seco, os flocos e grãos de neve se conservaram e alcançaram cidades perto ou no nível do mar.
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