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Pingentes de gelo pendem dos postes de luz enquanto uma mulher atravessa uma rua coberta por enorme quantidade de neve acumulada em Kristiansand, Sul da Noruega, no dia 3 de janeiro deste ano. Embora o frio extremo nos países da Escandinávia, região do Ártico e o Norte da Europa estão entre as que aqueceram mais no mundo nas últimas décadas. | TOR ERIK SCHRODER/NTB/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Países do Norte da Europa, especialmente na Escandinávia, registram neste começo de 2024 temperaturas excepcionalmente baixas com o frio mais intenso em duas décadas no mês de janeiro em países como Suécia, Noruega e Finlândia. As mínimas ficaram perto de 45ºC abaixo de zero.

A temperatura mínima oficial na capital da Noruega, na estação de Oslo-Blindern, baixou a 23,1ºC abaixo de zero no começo do sábado, de acordo com o serviço meteorológico norueguês. Foi a menor mínima na estação da capital norueguesa em janeiro desde 1987.

A estação de Oslo tem em sua estatística marcas extremas de -23,2°C em janeiro de 1987; -24,9°C em fevereiro de 1966 e 1985; e -26,0°C em janeiro de 1941 (recorde histórico de mínima).

Outra estação acusou no sábado frio ainda mais extremo com -31,1°C em Bjørnholt, apenas 20 quilômetros ao Norte da cidade de Oslo, a temperatura mais baixa já registrada na área desde o começo das medições.

A onda polar atinge vários países da Escandinávia com a incursão de ar extremamente gelado a partir do Ártico. Suécia e Finlândia registraram as menores temperaturas observadas nos dois países neste século. De acordo com dados de estações meteorológicas oficiais dos serviços nacionais de Meteorologia de Finlândia e Suécia, a temperatura desceu a 44,3ºC abaixo de zero em Enontekiö (Finlândia) e 43,8ºC negativos em Naimakka (Suécia).

As menores temperaturas neste século na Escandinávia são -44.3°C Enontekiö (Finlândia) em 2024; -44.0°C em Storbo (Suécia) em 2001; -43.9°C em Drevsjø (Noruega) em 2001; -43.8°C Naimakka (Suécia) em 2024; -43.6°C em Kvikkjokk-Årrenjarka (Suécia) em 2024; e em Inari & Kittilä (Finlândia) em 2006.

Países do Norte da Europa, especialmente na Escandinávia, registram neste começo de 2024 temperaturas excepcionalmente baixas com o frio mais intenso em duas décadas no mês de janeiro em países como Suécia, Noruega e Finlândia. As mínimas ficaram perto de 45ºC abaixo de zero.

A temperatura mínima oficial na capital da Noruega, na estação de Oslo-Blindern, baixou a 23,1ºC abaixo de zero no começo do sábado, de acordo com o serviço meteorológico norueguês. Foi a menor mínima na estação da capital norueguesa em janeiro desde 1987.

A estação de Oslo tem em sua estatística marcas extremas de -23,2°C em janeiro de 1987; -24,9°C em fevereiro de 1966 e 1985; e -26,0°C em janeiro de 1941 (recorde histórico de mínima).

Outra estação acusou no sábado frio ainda mais extremo com -31,1°C em Bjørnholt, apenas 20 quilômetros ao Norte da cidade de Oslo, a temperatura mais baixa já registrada na área desde o começo das medições.

A onda polar atinge vários países da Escandinávia com a incursão de ar extremamente gelado a partir do Ártico. Suécia e Finlândia registraram as menores temperaturas observadas nos dois países neste século. De acordo com dados de estações meteorológicas oficiais dos serviços nacionais de Meteorologia de Finlândia e Suécia, a temperatura desceu a 44,3ºC abaixo de zero em Enontekiö (Finlândia) e 43,8ºC negativos em Naimakka (Suécia).

As menores temperaturas neste século na Escandinávia são -44.3°C Enontekiö (Finlândia) em 2024; -44.0°C em Storbo (Suécia) em 2001; -43.9°C em Drevsjø (Noruega) em 2001; -43.8°C Naimakka (Suécia) em 2024; -43.6°C em Kvikkjokk-Årrenjarka (Suécia) em 2024; e em Inari & Kittilä (Finlândia) em 2006.

Tempo não é clima

Situações como estas obviamente despertam dúvidas sobre o aquecimento global, mas o frio em nada afasta o fato que o planeta está aquecendo e seguirá esquentando no longo prazo sem medidas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa.

A resposta está em dois conceitos básicos que todos aprendemos na escola. Tempo e clima. Usados com frequência como sinônimos na imprensa e em geral, são distintos. O tempo é a condição momentânea da atmosfera, o curto prazo. O clima é a condição de longo prazo, a média do tempo. O dia de hoje e o amanhã são o tempo, as condições dos últimos 12 meses são o clima.

Assim, o aquecimento do planeta é uma realidade do clima e o frio intenso que ationge o Norte da Europa no momento e afetará os Estados Unidos nos próximos dias é uma realidade do tempo presente. O aquecimento global é uma tendência estabelecida por muitas décadas, de longo prazo. O frio muito intenso é uma tendência de poucos dias.

Os gráficos acima, a partir de dados da Berkeley Earth, da Universidade de Berkeley, mostram a evolução da temperatura nas cidades de Oslo (Noruega) e Estocolmo (Suécia) em que se observa que, embora faça muito frio hoje, a tendência ao longo dos últimos anos é de aquecimento e temperaturas médias anuais cada vez mais elevadas.

“Valer-se de um episódio de frio extremo para negar uma tendência de aquecimento do planeta seria o equivalente a dizer que uma semana de muita chuva no sertão nordestino seria uma prova que a região não é semi-árida e frequentemente seca”, observa a meteorologistas Estael Sias.

O que importa é a tendência e não o dia de hoje

A meteorologista da MetSul Estael Sias destaca que ao longo da história o planeta passou por vários ciclos de aquecimento e resfriamento sem qualquer intervenção humana, por causas absolutamente naturais como eras geológicas, mas que o ritmo de aquecimento atual da Terra não tem precedentes. “Não é apenas o aquecimento, mas a velocidade com que está acontecendo, e isso não se explica por causas naturais”.

Gráfico da evolução da temperatura no planeta nos últimos 2020 anos | Zack Labe

Dezembro de 2023 marcou o 538° mês seguido em que a temperatura média do planeta ficou acima da média do século 20, de acordo com dados da NOAA, a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos. Todos os centros de Meteorologia do mundo vão confirmar a partir desta semana que 2023 foi o ano mais quente já registrado no planeta e por larga margem em relação ao recorde anterior de 2016. Vários experts em paleoclimatologia apontem que 2023 foi o ano mais quente na Terra em 125 mil anos, ou seja, o de maior temperatura no planeta já experimentado pela espécie humana.

Toda a estatística disponível é cabal em demonstrar que nos últimos 30 anos, com o maior aquecimento do planeta, o número de dias de frio diminuiu e os com alta temperatura aumentou em quase todo o mundo, em particular em países do Hemisfério Norte. O Norte da Europa, que hoje experimenta frio extremo, está entre as áreas do mundo que mais aqueceu nas últimas décadas.

Aquecimento estratosférico e vórtice polar

Nos últimos dias , um evento chamado de súbito aquecimento estratosférico, um aumento da temperatura em dezenas de graus Celsius na estratosfera, levou ao colapso da estrutura tradicional do chamado vórtice polar. Em outras palavras, é como se a barragem de vento que mantém o ar extremamente frio mais preso perto do Polo Norte tivesse vindo abaixo. E, com isso, ar por demais gelado escapa para as áreas ao Sul da América do Norte, Ásia e Europa.

NOAA

Estudos sugerem que o aquecimento do Ártico está enfraquecendo a corrente de jato polar, permitindo que episodicamente o ar extremamente frio avance para o Sul em áreas do Hemisfério Norte com eventos de frio de grande magnitude.

O Ártico é a região que mais está aquecendo no mundo e a taxa de elevação da temperatura na região tem sido três vezes maior que no restante do mundo. A questão do impacto do aquecimento global influenciando eventos extremos de frio no Hemisfério Norte, contudo, não é um consenso ainda na ciência e é muito complexa.

Para a cientista da NOAA Amy Butler, não há evidências ainda de longo prazo demonstrando mudanças no padrão do vórtice polar que ocorrem, segundo ela, naturalmente e sem a intervenção humana. Por outro lado, o pesquisador Judah Cohen, de uma empresa norte-americana voltada a riscos climáticos, observou que nos últimos dez anos houve um enorme aumento no número de tempestades de inverno no Nordeste dos Estados Unidos, acompanhando um aquecimento mais acelerado do Ártico, disse em entrevista para o New York Times.

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