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Fuselagem se abriu durante voo do Oregon para a Califórnia. Nenhum passageiro se feriu. Episódio está sendo investigado pela empresa Alaska Airlines, a fabricante Boeing e autoridades de aviação dos Estados Unidos | REPRODUÇÃO

Um rombo se abriu na fuselagem de um avião da Alaska Airlines durante um voo entre a cidade de Portland, estado norte-americano do Oregon, e Ontario, na Califórnia, ambas cidades na costa Oeste dos Estados Unidos. O episódio se deu logo depois de a aeronave ter decolado com despressurização da cabine.

A ruptura na fuselagem junto a uma janela com a descompressão e a liberação das máscaras de oxigênio se deu no momento em que a aeronave estava a cerca de 16 mil pés de altitude, ou seja, a cerca de cinco mil metros.

Logo após a descompressão, os pilotos desceram a aeronave para um nível ao redor de dez mil pés, ou cerca de três mil metros, nível em que se pode respirar o ar ambiente sem o auxílio das máscaras de emergência com oxigênio.

O incidente se deu em uma altitude em que a temperatura ainda era suportável para os passageiros. Como se sabe, quanto mais alto voa uma aeronave mais baixa é a temperatura externa. Em altitudes de cruzeiro, a mais de dez mil metros de altitude, a temperatura externa atinge valores de congelamento quase instantâneo sem proteção.

Dados de sondagens do Oregon consultados pela MetSul Meteorologia mostram que a temperatura no nível em que se produziu o incidente de despressurização era ao redor de 20ºC abaixo de zero, a cerca de cinco mil metros de altitude. A três mil metros, nível em que os pilotos levaram a aeronave após o episódio, fazia ao redor de 7ºC abaixo de zero.

A companhia aérea com sede nos Estados Unidos, Alaska Airlines, suspendeu todos os voos com seus aviões Boeing 737 MAX 9 depois que um voo com 177 pessoas a bordo fez um pouso de emergência no estado do Oregon.

A fuselagem se abriu em uma janela logo após a decolagem. O voo 1282 partiu do Aeroporto Internacional de Portland na sexta-feira à noite antes de retornar em segurança cerca de 20 minutos depois, após a tripulação da cabine relatar um “problema de pressurização”, de acordo com a Administração Federal de Aviação (FAA).

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Imagens postadas nas redes sociais mostraram o painel de uma janela do avião danificado, com máscaras de oxigênio de emergência penduradas no teto. “Após o evento desta noite no Voo 1282, decidimos tomar a medida preventiva de suspender temporariamente nossa frota de 65 aeronaves Boeing 737-9”, disse o CEO da Alaska Airlines, Ben Minicucci, em um comunicado.

“Cada aeronave será recolocada em serviço apenas após a conclusão de manutenção completa e inspeções de segurança”, disse ele, antecipando que as verificações seriam concluídas em alguns dias.

Kyle Rinker, um passageiro do voo, disse à CNN que uma janela se soltou logo após a decolagem. “Foi muito abrupto. Acabamos de atingir a altitude, e a janela/parede simplesmente se soltou e eu não percebi até as máscaras de oxigênio se soltarem”, disse ele ao canal.

Outra passageira, Vi Nguyen, disse ao The New York Times que ouviu um barulho alto durante o voo a acordou. “Abri os olhos e a primeira coisa que vejo é a máscara de oxigênio bem na minha frente”, disse Nguyen ao jornal. “E olho para a esquerda e a parede do lado do avião desapareceu.” “A primeira coisa que pensei foi: ‘Vou morrer'”, acrescentou.

A Junta Nacional de Segurança no Transporte, a FAA e a Alaska Airlines disseram cada uma estar investigando o incidente. “A aeronave pousou em segurança de volta no Aeroporto Internacional de Portland com 171 passageiros e 6 membros da tripulação”, afirmou a companhia aérea em comunicado anterior. “Embora esse tipo de incidente seja raro, nossa tripulação de voo foi treinada e preparada para gerenciar a situação com segurança”, acrescentou.

O avião Boeing 737 Max 9 decolou às 17h07, com destino a Ontario, Califórnia, antes de retornar ao aeroporto de Portland, de acordo com o site de rastreamento de voos FlightAware. O avião foi certificado como apto para o voo em outubro e foi recém-entregue à Alaska Airlines, de acordo com o site de registro da FAA.

A Boeing informou que estava reunindo mais informações e uma equipe técnica estava pronta para apoiar a investigação. Em seu comunicado, Minicucci disse que a Alaska Airlines estava “trabalhando com a Boeing e reguladores para entender o que ocorreu”.

A Boeing tem enfrentado problemas técnicos e de controle de qualidade relacionados aos seus modelos 737 MAX nos últimos anos. Em dezembro, a gigante da aviação dos EUA informou às companhias aéreas que as aeronaves MAX deveriam passar por inspeções para verificar a presença de peças soltas nos sistemas de controle de leme do avião, depois que um operador internacional descobriu um parafuso com uma porca ausente durante a manutenção de rotina.

Os aviões Boeing 737 MAX foram proibidos de voar em todo o mundo após dois acidentes com o MAX 8 em 2018 e 2019, que resultaram na morte de 346 pessoas no total. A FAA só aprovou o retorno dos aviões ao serviço depois que a empresa fez alterações em seu sistema de controle de voo.

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