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Frente fria chegando com chuva no meio da tarde de hoje em Novo Hamburgo | DANIEL FLECK

Chuva forte a intensa e temporais atingem desde o começo do dia o Rio Grande do Sul como efeito de uma frente fria que avança pelo estado. Em algumas cidades, a chuva passou dos 100 mm com alagamentos e, isoladamente, houve acumulados perto de 200 mm, ou seja, um mês e meio de chuva em poucas horas. Em outras cidades, a frente fria veio também com queda de granizo e vendavais, causando estragos e transtornos para a população.

A MetSul Meteorologia alertava que este sábado seria de grande instabilidade no estado gaúcho com elevado risco de chuva volumosa e de tempestades, à medida que a frente fria encontraria uma massa de ar muito quente em sua dianteira, formando nuvens de grande desenvolvimento vertical. Uma grande massa de ar quente cobre o Brasil com temperaturas excepcionalmente altas, o que vai bloquear essa frente fria quando chegar em Santa Catarina.

De acordo com dados de estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia, os acumulados de chuva em 24 horas até o final da tarde deste sábado somaram 179 mm em Quaraí, 106 mm em Rio Grande, 89 mm em Caçapava do Sul, 83 mm em Livramento, 77 mm em Capão do Leão, 73 mm em Canguçu, 64 mm em Dom Pedrito, 50 mm em São Gabriel, 48 mm em Bagé e 44 mm em Camaquã.

Embora registro oficial de 83 mm em Livramento, estação da Meteorologia do Uruguai registrou 122 mm na vizinha cidade de Rivera até 7h da manhã de hoje. Vários pontos de medição do Instituto Uruguaio de Meteorologia no Norte do país e nas cercanias da fronteira com o Rio Grande do Sul registraram acumulados de 100 mm a 200 mm.

Estações do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres também anotaram marcas excessivas com 171 mm em Quaraí, 112 mm em Pedro Osório, 98 mm em Capão do Leão, 91 mm em Arroio Grande, 82 mm em Encruzilhada do Sul, 79 mm em Canguçu, 69 mm em Dom Pedrito e 52 mm em Camaquã.

Com os volumes muito altos, várias cidades do Sul e do Oeste do estado enfrentaram alagamentos nas últimas horas. Em Livramento, na última noite, as ruas pareciam rios com a enxurrada que alagou partes da cidade, especialmente as mais baixas. Pelotas foi outra cidade que teve alagamentos em sua área urbana.

No fim da tarde deste sábado, a chuva forte começou a atingir com maior intensidade a região de Porto Alegre e a área metropolitana à medida que o ar mais frio avança pelo Sul e forma nuvens mais carregadas do Centro para o Norte do estado. Já havia chovido forte no meio da tarde, até causando arremetida de aeronave no Salgado Filho, mas as precipitações mais intensas vieram no fim da tarde na região da capital.

Temporais com vento e granizo

O encontro da frente fria com a massa de ar quente favoreceu temporais isolados no Rio Grande do Sul, inclusive com a formação de supercélulas de tempestade isoladas no estado com vento destrutivo e abundante queda de granizo. Com vento Norte quente e seco forte, trazido por uma corrente de jato em baixos níveis intensa, a temperatura atingiu máximas de 33ºC a 35ºC no Noroeste à tarde.

Santa Cruz do Sul foi a cidade mais castigada por temporal na tarde deste sábado. No início da tarde, uma tempestade severa com vento destrutivo e queda de granizo em grande quantidade atingiu Santa Cruz. De acordo com informações do portal Gaz, mais de 640 casas da cidade tiveram danos, mas o número deve aumentar.

A Defesa Civil de Santa Cruz do Sul teve que montar uma força-tarefa para socorrer as pessoas atingidas pelo temporal. Até o fim da tarde, quase sete mil metros de lona já tinham sido distribuídos aos moradores. Houve destelhamentos, queda de árvores e falta de luz em Santa Cruz e em cidades vizinhas, como Vera Cruz.

Vento derrubou árvores em Santa Cruz do Sul | GUILHERME BICA/PORTAL GAZ

Em Porto Alegre e região metropolitana, onde a temperatura ficou perto de 31ºC mesmo com céu encoberto, a primeira leva de instabilidade veio no meio da tarde com chuva localmente forte, apesar de curta duração. Várias aeronaves ficaram em órbita de espera para pousar em Porto Alegre e um voo da Azul chegou a arremeter, procedimento normal em aviação.

No fim da tarde, um segundo período de instabilidade mais forte atingiu a região com chuva forte e raios. Em pontos da Grande Alegre, a chuva forte veio acompanhada por rajadas de vento forte, como no Vale do Sinos. Vários pontos da área metropolitana somavam entre 30 mm e 40 mm de chuva, ou seja, um terço da média de todo o mês em menos de 12 horas.

Chuva forte e temporais prosseguem com a frente fria

A MetSul Meteorologia alerta para o alto risco de chuva localmente intensa e de temporais isolados na noite deste sábado na Metade Norte do Rio Grande do Sul. Há um alto risco, por exemplo, para municípios da região da Serra. Temporais podem afetar ainda parte do Planalto Médio, do Alto Jacuí e as Missões. Áreas mais ao Norte, perto de Santa Catarina, só devem ter instabilidade amanhã.

Imagem de satélite das 19h deste sábado mostrava nuvens muito carregadas avançando com a frnete fria pela Metade Norte gaúcha e atingindo a Serra Gaúcha | METSUL

Muitas nuvens cobrem o Centro e o Norte gaúcho e chove, até forte em alguns pontos, por uma frente fria neste domingo. No Oeste e no Sul, o sol aparece com nuvens e o tempo fica mais aberto no Sul sob ar frio. Devem ocorrer momentos de melhoria. O domingo se inicia frio no Oeste e no Sul, até com marcas abaixo de 10ºC na fronteira com o Uruguai e Campanha, mas o dia será ameno a agradável no estado.

Próxima semana terá mais chuva forte e temporais

A MetSul insiste que o Rio Grande do Sul estará durante toda a próxima semana entre ar mais frio ao Sul e uma poderosa massa de ar quente sobre o Brasil. Conforme o dia, ora ar mais quente avança de Norte para o estado, ora ar mais frio se deslocará de Sul para o território gaúcho com frentes quentes e frentes frias.

Uma vez que estará na zona de transição entre as duas massas de ar, a quente e a fria, a instabilidade será frequente com expectativa de muita chuva. Os acumulados de chuva ao longo da semana no estado serão excessivamente altos e vão se somar à chuva volumosa que já caiu, de forma que mais uma vez reiteramos que é alto o risco de que neste começo de maio ocorram cheias de rios e enchentes no estado.

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