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Chuva forte causou alagamentos em Novo Hamburgo | EMILIO DREWS/JORNAL NH

A chuva intensa do final da tarde e do começo da noite causou alagamentos em várias cidades da Grande Porto Alegre durante a chegada da frente fria. Os acumulados em diferentes pontos da região metropolitana da capital gaúcha atingiram a metade da média histórica do mês inteiro em poucas horas.

A chuva já havia começado no meio da tarde com algumas pancadas fortes depois de horas de tempo encoberto e muito abafado na região. A temperatura máxima na estação do Instituto Nacional de Meteorologia em Campo Bom, no Vale do Sinos, atingiu 30,7ºC no começo da tarde. Porto Alegre chegou aos 28ºC.

Devido à instabilidade do meio da tarde com nuvens muito carregadas e turbulência que dificultava a aproximação, várias aeronaves ficaram em órbita de espera para pousar em Porto Alegre e um voo da Azul chegou a arremeter, procedimento normal em aviação. A chuva no fim da tarde, entretanto, veio com mais força.

O acumulado de chuva em apenas seis horas, entre 15h e 21h, na rede do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres, atingiu 64 mm em Sapucaia do Sul, 61 mm em Canoas, 59 mm em Novo Hamburgo, 58 mm em Gravataí, 46 mm em Eldorado do Sul, 45 mm em Viamão e 43 mm em Porto Alegre e Alvorada.

Para se ter ideia de como estes volumes são altos em tão curto período, a precipitação média histórica de Porto Alegre no mês de abril é de 114,4 mm, conforme a climatologia 1991-2020 da estação do bairro Jardim Botânico. Significa que a Grande Porto Alegre em apenas seis horas teve chuva equivalente à quase metade ou mesmo acima da metade da média de chuva do mês inteiro em poucas horas.

Prefeituras da área metropolitana como Canoas, Porto Alegre e Novo Hamburgo relataram pontos com acúmulo de água e alagamentos em vias públicas. Onde os transtornos foram maiores pelo excesso de chuva causado pela frente fria foi no Vale do Sinos.

Várias ruas de Novo Hamburgo estavam alagadas no começo da noite deste sábado e havia pontos em que os carros não conseguiam passar, tamanha era a quantidade de água nas vistas. O arroio da Avenida Pedro Adams Filho transbordou com a chuva intensa, agravando os alagamentos nas proximidades.

O meteorologista da MetSul Luiz Fernando Nachtigall explica que o pior já passou. O tempo segue instável e ainda não se pode afastar algum período de chuva mais forte, mas a tendência é que a precipitação siga predominantemente fraca até parar no decorrer deste domingo, dia que será de muitas nuvens e ocasionais aberturas com temperatura mais amena.

A má notícia é que tem muita chuva por vir ainda nos próximos dias. A MetSul insiste que o Rio Grande do Sul estará durante toda a próxima semana entre ar mais frio ao Sul e uma poderosa massa de ar quente sobre o Brasil. Conforme o dia, ora ar mais quente avança de Norte para o estado, ora ar mais frio se deslocará de Sul para o território gaúcho com frentes quentes e frentes frias.

Uma vez que estará na zona de transição entre as duas massas de ar, a quente e a fria, a instabilidade será frequente com expectativa de muita chuva. Os acumulados de chuva ao longo da semana no estado serão excessivamente altos e vão se somar à chuva volumosa que já caiu, de forma que mais uma vez reiteramos que é alto o risco de que neste começo de maio ocorram cheias de rios e enchentes no estado.

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