O vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, que está no 85º dia de sua erupção, registrou neste fim de semana uma reativação “repentina” que inclui fortes explosões que ocorrem a uma grande distância e ainda uma enorme coluna de cinzas. Nas últimas horas, a atividade vulcânica variou muito e nesta noite são ouvidas grandes explosões.

“O vulcão tem grande explosividade. As detonações são ouvidas em todo o Vale Aridane. Há emissão de piroclastos e cinzas. A emissão de lava causou um transbordamento há uma hora que ainda é avaliado”, escreveu em sua rede social o geólogo Rúben López.

De acordo com López, “o vulcão Cumbre Vieja está passando por algumas horas de grande instabilidade”.  “Há picos e quedas muito pronunciados de atividade, conforme se verifica pelo sinal de tremor vulcânico. Não víamos essas oscilações desde o início de setembro” disse.

Itahiza Domínguez, do Instituto Geográfico Nacional (IGN), também ecoa a conclusão sobre a reativação do vulcão. O sismólogo destaca que, ao mesmo tempo, uma importante emissão de cinzas está sendo produzida na erupção com forte ruído do vulcão.

Ontem, depois de participar de uma visita controlada da mídia às encostas do vulcão, cientistas de diferentes organizações como o próprio IGN ou o Instituto Geológico e Mineração da Espanha (IGME) já alertavam que a população deveria ser cautelosa com a erupção, já que é um fenômeno natural que pode reverter a tendência de queda da energia nos últimos dias.

Também a diretora do IGN nas Ilhas Canárias e porta-voz do Comitê Científico do Pevolca, María José Blanco, disse em entrevista coletiva que enquanto ainda há tremor, que indica o movimento de fluidos, e emissão de dióxido de enxofre (SO2), há magma próximo à superfície e não se pode dizer que a erupção acabou.

Uma equipa do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Pevolca/Involcan) e da Guarda Civil teve de abandonar a zona da erupção de La Palma neste domingo quando recolhia dados do vulcão. Os alarmes dispararam do sistema de detecção de gás potencialmente letal.

Em vídeo gravado pela Guarda Civil e divulgado nesta noite pelo Governo das Canárias, dois cientistas da Involcán e um agente são observados recolhendo dados da erupção num ponto localizado dentro da zona de exclusão, protegido por máscaras de gás. No local, coberto de cinzas, são vistos vários animais mortos, inclusive aves.