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Uma passageiro no terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos registrou em vídeo o momento exato em que um raio atingiu um Airbus-350 da empresa British Airways durante o forte temporal com chuva intensa e muitas descargas na tarde de ontem na Grande São Paulo.

Após inspeção para verificar se o raio havia produzido algum dano, a aeronave foi liberada e o voo foi realizado normalmente para Londres, no Reino Unido, onde naquele momento um ciclone batizado de Éowyn atingia as ilhas britânicas.

De acordo com Lito Souza, do canal Aviões e Música, especialista em aeronaves, o avião não sofreu danos em sua causa pela forma com que é produzido. Segundo ele, raios, em geral, não causam danos em aviões porque a fuselagem é feita de alumínio.

O Airbus A350, entretanto, é feito de plástico reforçado e um raio poderia destruir os painéis, justamente por serem de plástico e não condutivos de eletricidade, diz Lito. Isso não ocorreu, segundo ele, uma vez que a engenharia aeronáutica projetou o aparelho com os painéis todos interligados por fios metálicos. “Além disso, o próprio plástico recebe folhas de cobre que criam um caminho para a eletricidade percorrer”, acrescenta.

“Quando a corrente elétrica chega perto de onde o painel é aterrado no outro, os fixadores são feitos de material metálico também. Isso garante a condutividade e dispersão do raio pelo caminho”, afirma.

O temporal que atingiu a cidade de São Paulo e região na tarde de sexta-feira foi muito forte com enormes quantidades de chuva que causaram alagamentos severos na capital paulista, além de cortes de energia elétrica.

A estação do Instituto Nacional de Meteorologia situada no Mirante de Santana, na zona Norte da capital paulista, registrou 121,8 mm em apenas duas horas, sendo 82 mm entre 15h e 16hh mais 39,8 mm entre 16h e 17h. Na sequência, a estação seguiu reportando chuva, mas com volumes baixos de 2 mm ou menos por hora.

No contexto da climatologia histórica, janeiro é o mês do ano com maior média de chuva com precipitação de 291,1 mm. Ou seja, em tão-somente duas horas choveu no Mirante 41,7% da média histórica de precipitação do mês inteiro de janeiro que, se repete, tem a maior média entre todos de chuva. Com isso, o acumulado pode ser considerado um dos mais altos já observados em curto período na estação que tem dados desde 1943.

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