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O temporal que atingiu a cidade de São Paulo e colapsou parte da maior cidade do país na tarde da sexta-feira com alagamentos, inundações repentinas e falta de luz marca o começo de uma sequência de dias de muito elevado risco de episódios de chuva forte a muito intensa.

São Paulo escureceu no meio da tarde da sexta-feira com o temporal que colapsou parte da cidade | SUAMY BEYDOUN/AGIF/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Uma massa de ar quente e úmido de origem tropical com abundante umidade atua no estado de São Paulo e seguirá presente durante os próximos dias, o que vai favorecer a ocorrência de novos episódios de chuva localmente forte a muito intensa não apenas na capital como na Grande São Paulo e pontos do interior paulista.

Dados analisados pela equipe da MetSul Meteorologia indicam que tanto neste sábado como no domingo as condições serão propícias à ocorrência de novos episódios de chuva isoladamente forte a torrencial, especialmente em horas da tarde para a noite, assim é alto o risco de ocorrência de novos temporais na capital paulista.

O risco, entretanto, não se limita a este fim de semana. Os mesmos dados indicam que a massa de ar tropical carregada de umidade seguirá atuando ao longo da semana que vem, assim devem ser esperados novos temporais com elevados volumes de chuva no estado de São Paulo, inclusive na capital e região metropolitana.

Não significa que haverá temporais e chuva intensa todos os dias na cidade de São Paulo, mas os modelos numéricos de previsão do tempo de maior confiabilidade indicam a possibilidade destes temporais de verão com chuva volumosa a excessiva todos os dias na capital paulista e/ou Grande São Paulo até o final da próxima semana.

Estes temporais comuns no verão se dão principalmente da tarde para a noite, quando se formam nuvens de grande desenvolvimento vertical pelo aquecimento diurno que gera movimentos convectivos (ar ascendente) na atmosfera. A convecção forma nuvens do tipo Torre Cumulus (TCu) e Cumulonimbus (Cb) que causam os temporais localizados e não raro muitíssimo isolados.

Por isso, os volumes de chuva variam muito de um ponto para o outro nestes temporais convectivos associados ao ar quente e úmido. Em determinado dia, apenas como exemplo e para fins de explicação, um temporal pode despejar enorme quantidade de chuva na zona Sul de São Paulo, São Bernardo do Campo e Diadema e noutro dia temporal pode causar chuva muito intensa na zona Norte de São Paulo e Guarulhos.

Foi o caso de ontem na cidade de São Paulo em que parte da cidade registrou volumes até extremos de chuva enquanto outros tiveram uma chuva normal de verão sem acumulados excessivos.

No temporal da tarde de sexta, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia situada no Mirante de Santana, na zona Norte da capital paulista, registrou 121,8 mm em apenas duas horas, sendo 82 mm entre 15h e 16hh mais 39,8 mm entre 16h e 17h. Na sequência, a estação seguiu reportando chuva, mas com volumes baixos de 2 mm ou menos por hora.

Para se ter ideia do que representam 121,8 mm, são cerca de 122 litros de água por metro quadrado que se precipitaram em apenas duas horas, o que pode ser considerado uma precipitação extrema.

No contexto da climatologia histórica, janeiro é o mês do ano com maior média de chuva com precipitação de 291,1 mm. Ou seja, em tão-somente duas horas choveu no Mirante 41,7% da média histórica de precipitação do mês inteiro de janeiro que, se repete, tem a maior média entre todos de chuva. Com isso, o acumulado pode ser considerado um dos mais altos já observados em curto período na estação que tem dados desde 1943.

Na rede do Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura paulistana, os dados das estações indicaram entre 15h30 e 17h30 de ontem volumes de 104,4 mm em Vila Maria/Vila Guilherme – Vila Medeiros; 90,0 mm em Pinheiros – Vila Madalena; 83,2 mm em Santana – Carandirú; 65,4 mm em Itaim Paulista – Vila Curuça; 62,8 mm no Butantã – USP; 58,8 mm em São Miguel Paulista – Vila Jacu; 55,6 mm na Mooca – Belém; e 45,8 mm na Penha – Rincão.

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