Na terça-feira, astrônomos observaram uma gigantesca erupção solar em formato de “asa de pássaro” no hemisfério Norte do Sol. A estrutura solar tinha mais de um milhão de quilômetros — mais que o dobro da distância entre a Terra e a Lua.

NASA
O jornal inglês Daily Mail, então, publicou uma reportagem com o título “Astrônomos alertam que a Terra pode ser atingida por uma erupção solar em forma de “asa de pássaro” com 1 milhão de quilômetros de largura”.
Rapidamente, a notícia viralizou e foi disseminada em redes sociais, acompanhadas por informações sobre uma tempestade solar G5 (extrema) que atingiria o nosso planeta entre hoje e amanhã.
Astrônomos e especialistas em tempo espacial se apressaram em desmentir a notícia e acalmar o público sobre o risco de uma tempestade solar severa ou extrema afetando a Terra pela erupção solar.
O que há de fato? É verdade que uma erupção solar massiva — apelidada de evento “asa de pássaro” ou “asa de anjo” — ocorreu entre os dias 12 e 13 de maio de 2025, liberando um filamento de plasma com 1 milhão de quilômetros de extensão a partir do hemisfério Norte do Sol.
Ocorre que, felizmente, essa ejeção de massa coronal (CME) está se afastando da Terra e não deve causar grandes perturbações em satélites ou sistemas de comunicação do planeta.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), a previsão é que o planeta seja atingido apenas pela periferia da erupção, com impacto mínimo ou nulo. Mesmo assim, esse contato leve com os campos magnéticos do planeta pode gerar efeitos menores, como a chance de ver auroras boreais nos extremos do planeta e em parte de latitudes médias do Hemisfério Norte, o que é normal e bastante corriqueiro no período do pico do ciclo solar de 11 anos, que ocorre em 2024-2025.
Por isso, a atividade solar continua elevada. Em 14 de maio a região de manchas solares AR4087 produziu uma chama solar classe X2.7 — a mais poderosa do ano até agora — provocando apagões de rádio na Europa, Ásia e Oriente Médio.
Essa erupção foi seguida por outras chamas de classe M, sinalizando que a AR4087 está altamente ativa e girando para uma posição que poderá direcionar futuras erupções em direção à Terra.
Embora a recente CME “asa de pássaro” não represente ameaça imediata, cientistas seguem monitorando a AR4087 de perto devido ao risco de tempestades solares voltadas para a Terra nos próximos dias. Esses eventos podem afetar operações de satélites, sistemas de GPS e redes de energia.
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