Incrível. Hoje, dia 1º de junho, é o começo do denominado verão climático (“meteorological summer”) nos Estados Unidos, período que para a Meteorologia americana entende compreender o trimestre junho, julho e agosto. E no primeiro dia do verão climático, acredite, existe ainda gelo flutuando nos Grandes Lagos, entre o Norte dos Estados Unidos e o Canadá, remanescente do congelamento do inverno. Nunca na era de observação por satélites, e para alguns especialistas desde o começo das anotações em 1897, se ouviu falar de tanto gelo em pleno junho na região. No último dia de maio, segundo o NOAa, havia ainda 0,7% de cobertura de gelo nos Grandes Lagos, apesar da temperatura do ar há dias estar rondando 30ºC.


Nas praias às margens do Lago Superior, com temperatura do ar ao redor de 30ºC, pessoas tomam banho de sol na faixa de areia com os pedaços e blocos de gelo flutuando nas águas enquanto outras se divertem tirando fotos nos blocos congelados. As imagens que circulam há dias na internet impressionam. Nossa maior lagoa do Rio Grande do Sul por óbvio não congela, mas imagine a cena de veranistas às margens da Lagoa dos Patos em dezembro em São Lourenço do Sul com gelo nas águas.


No começo de março, a cobertura de gelo nos Grandes Lagos chegou a impressionantes 94,19%, a segunda maior observada para qualquer mês desde o início das observações pelo NOAA em 1973 e o maior valor já observado até hoje para março. No final de abril, no meio da primavera, cerca de um terço dos Grandes Lagos ainda estava coberto por gelo, resultado do inverno rigorosíssimo na região. Hoje é ainda possível se identificar gelo nas águas por imagens de satélite, em pleno verão.


De acordo com dados do NOAA, o último dia de maio ainda tinha 1,92% de gelo no Lago Superior, recorde absoluto para a data. Aliás, desde março, todos os dias têm recordes diários de cobertura no Lago Superior. A última vez que o gelo remanesceu até tarde no manancial foi em 2003, quando foi observado pela última vez no dia 29 de maio. A Meteorologia americana chegou a emitir alerta sobre risco de hipotermia para banhistas no Lago Michigan, que banha Chicago, pelas águas muito mais frias que o normal neste ano. (Imagens do GL’SEA-NOAA, NWS, WOOD-TV, North Michigan University e Twitter)