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Um jato da Delta Air Lines capotou e acabou de ponta cabeça enquanto aterrissava na segunda-feira no Aeroporto Pearson de Toronto, no Canadá, mas todas as 80 pessoas a bordo sobreviveram e os feridos apresentaram lesões relativamente leves, informaram as autoridades aeroportuárias.

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O voo 4819 da Delta, operado por uma aeronave CRJ-900 da Endeavor Air, registrado como N932XJ, partiu de Minneapolis (Estados Unidos) transportando 76 passageiros e quatro tripulantes, e tentou pousar por volta das 14h15. As comunicações entre a torre e o piloto estavam normais na aproximação e não está claro o que deu de tão drasticamente errado no momento do toque na pista.

As autoridades canadenses realizaram duas breves coletivas de imprensa, mas não forneceram detalhes sobre o acidente. Vídeos postados nas redes sociais mostraram apenas o cenário após o incidente, com o CRJ-900LR virado, a fuselagem aparentemente intacta e bombeiros apagando o que restava do fogo enquanto os passageiros desciam e caminhavam pelo pátio.

O último grande acidente no Aeroporto Pearson de Toronto tinha ocorrido em 2 de agosto de 2005, quando um Airbus A340, vindo de Paris, derrapou na pista e entrou em chamas em meio a condições tempestuosas. Todos os 309 passageiros e tripulantes a bordo do Voo 358 da Air France sobreviveram ao acidente.

O acidente de ontem foi o quarto grande incidente de aviação na América do Norte nas últimas três semanas. Um jato comercial e um helicóptero do Exército colidiram próximo ao Aeroporto Reagan National em Washington, D.C., em 29 de janeiro, matando 67 pessoas. Um avião de transporte médico caiu na Filadélfia em 31 de janeiro, ceifando a vida das seis pessoas a bordo e de mais uma pessoa em solo. E, em 6 de fevereiro, 10 pessoas morreram em um acidente aéreo no Alasca.

As condições meteorológicas no momento da aterrissagem devem ser um dos primeiros pontos da investigação a ser conduzida pela comissão de acidentes aéreos do Canadá em conjunto com a NTSB dos Estados Unidos.

Isso porque no momento do pouso da aeronave em Toronto havia fortes rajadas de vento soprando. As rajadas em superfície atingiam 35 nós ou 65 km/h e ainda havia a presença de neve soprada a vento na pista.

O METAR ativo na hora em que se deu o acidente em Toronto era: CYYZ 171900Z 27028G35KT 6SM R24L/3000VP6000FT/U BLSN BKN034 M09/M14 A2993 RMK CU6 SLP149.

Qual a tradução? O boletim meteorológico aeronáutico reportava vento de Oeste a 52 km/h com rajadas de 65 km/h. A visibilidade era de 10 quilômetros com um alcance visual na pista entre 3000 e 6000 pés, apresentando tendência a melhorar. Havia neve sendo soprada pelo vento sob uma temperatura de 9ºC abaixo de zero.

Uma possibilidade que será investigada é a ocorrência de uma súbita e intensa rajada de vento cruzado. Antes do acidente, o Aeroporto Internacional Toronto Pearson estava enfrentando ventos cruzados fortes, mas pilotos estão acostumados a pousar ou tentar pousar nestas condições, arremetendo se concluírem for o mais seguro.

As condições da pista também serão investigadas pela possível presença de gelo pelo frio muito intenso e a grande quantidade de neve que caiu nos dias anteriores com acumulações históricas em Toronto.

Com uma queda de neve de 51,4 cm em cinco dias, de 12 a 16 de fevereiro, Toronto anotou o maior acumulado de neve em um período de cinco dias desde 26 a 30 de novembro de 1940, quando a precipitação foi de 60,1 cm. A profundidade de neve de 50 cm observada na segunda-feira era a mais alta em um dia desde janeiro de 1999 (67 cm).

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