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Chega a 727 o número de desabrigados pela chuva no Uruguai, segundo o Sistema Nacional de Emergências (SINAE) do governo uruguaio. A situação mais grave se dá no departamento de Treinta y Tres, onde existem mais de 500 pessoas fora de suas casas. Autoridades descrevem o sistema viário da região após a chuva como uma “catástrofe”, informa a edição de hoje do jornal El País (reprodução abaixo). Há, pelo menos, onze rodovias bloqueadas em todo o Uruguai. O mau tempo e o frio provocaram ainda graves perdas no campo. O jornal Cambio de Salto noticiou a morte de mais de 10 mil ovinos. Numa propriedade apenas foram mais de 3 mil (reprodução abaixo do jornal El Observador). A chuva intensa e a rápida mudança de calor de quase 40ºC para o frio intenso teriam causado as mortes dos animais, conforme os veterinários ouvidos pelo jornal.


A Dirección Nacional de Meteorologia (DNM) divulgou ontem um balanço da chuva ocorrida entre os dias 13 e 16 com os máximos registros de precipitação em seus pontos de observação pelo território uruguaio. Os volumes foram de 300 mm em Laguna Merin/Lagoa Mirim (Cerro Largo), 298 mm em Arbolito (Cerro Largo), 296 mm em Lascano (Rocha), 295 mm em Tambores (Tacuarembó) e 286 mm em Rio Branco (Cerro Largo). Já o vento segue muito forte no Uruguai. As rajadas máximas de vento registradas hoje (17) no Uruguai até 9 horas desta manhã foram em Montevidéu de 87 km/h (estação do Serviço Meteorológico da Força Aérea) e de 113 km/h em Piriápolis (estação da Nimbus Weather Services). Em Punta del Este, o vento fez que a espuma do mar avançasse sobre a Rambla domingo e ontem (foto de Glaucia BM / Twitter da MetSul).


O vento forte no Uruguai ontem e hoje decorre da formação e intensificação de um ciclone extratropical a Sudeste da foz do Rio da Prata (imagem de satélite do Cptec abaixo das 9h de hoje). Este sistema se afasta no decorrer do dia do continente, mas se intensifica em alto mar. Por isso, o Uruguai ainda terá bastante vento no decorrer desta terça-feira com rajadas, em média, de 70 a 90 km/h em Montevidéu e de 100 a 120 km/h nos departamentos de Maldonado e Rocha. O vento sopra com rajadas ainda no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul com rajadas entre 80 e 100 km/h nas praias entre o Chuí e Rio Grande. Porto Alegre deve ter 50 a 70 km/h nas rajadas mais fortes. O vento no Uruguai e no Rio Grande do Sul perde força amanhã, quarta-feira, à medida que um centro de alta pressão e não mais o ciclone passa a ser o principal protagonista na atmosfera.

O Rio Grande do Sul vai estar sob influência da circulação ciclônica com muitas nuvens ainda e variação de nebulosidade, o que significa alternância de períodos de nublado em que pode chover e outros de sol. Tempo mais aberto da tarde para noite. No Extremo Sul, mais perto do ciclone, chove a qualquer hora do dia e até localmente forte. Ar polar impulsionado pelo ciclone ingressa e o dia será frio, com resfriamento acentuado à noite. O sol predomina no Rio Grande do Sul nesta quarta e na quinta, com madrugadas muito frias e formação de geada em vários pontos do interior, o que pode trazer até danos ao trigo em algumas áreas da Metade Norte. Mínimas negativas em baixadas da Serra. Já as tardes serão agradáveis. A chuva retorna ao Rio Grande do Sul no decorrer da sexta-feira e o feriado farroupilha deverá ser chuvoso, sobretudo da tarde para a noite.