Célula de tempestade avançou sobre a Grande Porto Alegre na tarde desta segunda-feira | Thomas Adamski

Temporais voltaram a trazer falta de luz, transtornos e estragos ontem no Rio Grande do Sul. Em Santo Ângelo, nas Missões, vendaval no começo da tarde destelhou dezenas de casas e derrubou árvores. O vento derrubou árvores ainda em rodovias da região, como a BR-285.

Houve queda de árvores também em Ijuí, nas proximidades do trevo de acesso à ERS-155, bloqueando a passagem de veículos. Árvores de grande porte caíram também na ERS-522, entre Ijuí e Augusto Pestana.

Estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia registraram rajadas de vento de 70 km/h em Quaraí, 71 km/h em Santa Maria, 72 km/h em Canguçu, 73 km/h em Livramento, 74 km/h em Santiago, 76 km/h em Cruz Alta, 82 km/h em São Gabriel e 88 km/h em Encruzilhada do Sul. Em Porto Alegre, a Força Aérea Brasileira registrou rajadas de 67 km/h no Aeroporto Salgado Filho.

O vendaval foi mais forte em pontos da região da Grande Porto Alegre, especialmente em Canoas, Sapucaia do Sul e Esteio, onde houve destelhamentos e queda de árvores. As rajadas de vento chegaram a 87 km/h na base aérea de Canoas às 16h. No bairro Mathias Velho, a cobertura inteira de um prédio foi levantada pelo vendaval. São Leopoldo teve um edifício destelhado no Centro da cidade.

A falta de energia elétrica na subestação de Sapucaia levou ao fechamento de todas as estações do Trensurb. A informação foi divulgada pela estatal no final da tarde. A falta de energia impediu a sinalização em todo o sistema. A Metroplan foi acionada para ampliar os serviços de ônibus nos trechos atendidos pelo trem. A queda de galhos entre as estações Esteio e Sapucaia levou os trens a circularem em via única nos dois sentidos.

Em Porto Alegre, apesar das nuvens muito carregadas, a chuva não foi intensa como na véspera e o vento não trouxe maiores consequências, além da falta de luz em alguns pontos. A cidade ainda se recupera da tempestade severa do domingo que trouxe danos. Na Vila dos Sargentos, na Serraria, 120 casas foram destelhadas e 22 ficaram destruídas. Além do bairro Serraria, mais de 65 casas também ficaram destelhadas no Santa Tereza e outras 10 espalhadas pelo restante da Capital. Mais de 1.380 mil metros quadrados de lona foram distribuídos e 62 kits emergenciais.

Casas foram destruídas pelo vendaval na Vila dos Sargentos, zona Sul de Porto Alegre, durante o forte temporal da tarde do domingo | Giulian Serafim/PMPA

O risco de temporais prossegue nesta terça. O Rio Grande do Sul seguirá sob a influência de uma massa de ar quente e úmido de origem tropical, o que mantém a instabilidade no Estado. Pancadas localizadas atingem diversas regiões, sobretudo no Oeste, no Centro e na Metade Norte. A chuva será novamente irregular, mas forte a torrencial isoladamente e com risco de temporal.

Na segunda metade da semana, a instabilidade prossegue e o risco de tempo severo isolado volta a aumentar. Na quarta, a massa de ar quente ainda atua no território gaúcho. O sol chega a aparecer com nuvens em diversas regiões ao menos em parte do dia, mas com o aquecimento se formam áreas de instabilidade que já trazem chuva para alguns pontos durante a manhã e em maior número de cidades entre a tarde e a noite. Segue o risco de chuva localmente forte e de temporais isolados que aumenta.

Já na quinta-feira, a instabilidade começa a ser influenciada pelo avanço de uma frente fria que trará chuva mais ampla e temporais, em alguns pontos já na madrugada e de manhã, e na maioria das localidades na segunda metade do dia. Novamente será alto o risco de chuva forte e de temporais localizados.

Na sexta-feira, a chuva deve se concentrar mais na Metade Norte, onde deve ser localmente forte com algum risco ainda de temporais. Porto Alegre e área metropolitana podem ter períodos de chuva forte.