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Inundações generalizada hoje cedo na Grande Buenos Aires | REDES SOCIAIS

Um temporal com chuva muito intensa atingiu no final da madrugada de hoje a cidade de Buenos Aires e a Grande Buenos Aires com acumulados que em menos de três horas atingiram a média de chuva histórica do mês de março inteiro, provocando o caos com ruas que viraram rios, inundações e o colapso do trânsito e do tráfego aéreo local. Uma pessoa morreu.

De acordo com dados de estações meteorológicas, os maiores acumulados de chuva no temporal de hoje cedo se deram no Sul da cidade de Buenos Aires e em cidades da área metropolitana, como Mataderos, Liniers, Ramos Mejía e Morón. Os acumulados apenas no final da madrugada e no começo da manhã atingiram, em média, entre 80 mm e 120 mm, informou meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina, quando a média do mês todo é de 120 mm.

Os volumes medidos por estações meteorológicas em 24 horas até às 9h desta terça-feira atingiram 140 mm em Morón, 127 mm no Aeroparque, 104 mm no Aeroporto de Ezeiza e 99 mm no Observatório Central de Buenos Aires (Villa Ortúzar).

O temporal transtornou a cidade de Buenos Aires e municípios do chamado conurbano com ruas alagadas, queda de árvores e cancelamento de voos devido à suspensão das atividades nos aeroportos. Houve ainda o capotamento de um ônibus, carros ficaram submersos e ruas pareciam rios.

O dilúvio que castigou a cidade de Buenos Aires e boa parte dos subúrbios portenhos desde a madrugada mantinha ainda áreas inundadas horas depois do aguaceiro em toda a região metropolitana enquanto se mantinha o alerta laranja do Serviço Meteorológico Nacional (SMN) por mais chuva forte e temporais.

O Parque Avellaneda foi o bairro mais afetado, com mais de 60 milímetros em apenas uma hora, informou a prefeitura. O corpo de um homem apareceu flutuando em Lanús, no meio da inundação da tempestade. O corpo da vítima, cuja identidade não foi confirmada, acabou retirado das águas pelas autoridades.

A altura da água era tamanha em alguns pontos que era impossível caminhar ou trafegar de carro. A água chegou a invadir ônibus do sistema de transporte coletivo. Um morador da localidade de Barracas utilizou um meio inusitado para se locomover em meio às ruas alagadas, um caiaque, cena que se repetiu em outras localidades.

Na cidade de Buenos Aires, grande número de ruas alagadas. Em Palermo, o trânsito foi interrompido em alguns pontos devido à queda de árvores. Em frente à sede do clube San Lorenzo, placa de publicidade caiu e arrastou dois carros que estavam estacionados.

A concessionária dos aeroportos, Aeropuertos Argentina 2000, informou que todos os voos de Ezeiza e Aeroparque estão atrasados ​​devido às condições do tempo. Não há decolagens e as poucas aeronaves que pousam ficam esperando na plataforma, já que o serviço de retirada de bagagens não está funcionando. Atrasos têm origem porque quando há atividade elétrica na área do aeroporto é ativado um protocolo de segurança que exige a suspensão de todo o tipo de tarefas na pista.

Em um dos episódios mais graves, na localidade de La Matanza, um raio atingiu tanques da destilaria da empresa petrolífera YPF, localizada na Ruta 21 e Avenida Cristiana Laferrera, o que acabou por provocar uma grande explosão. Não há informação de feridos no local.

Segundo a Entidade Nacional Reguladora de Energia Elétrica (ENRE), cerca de 75 mil usuários estão sem energia elétrica na Região Metropolitana de Buenos Aires. São cerca de 12 mil usuários do Edenor, enquanto outros 36 mil usuários do Edesur não possuem energia elétrica.

O temporal foi consequência de uma massa de ar extremamente quente e úmida que está sobre o Centro da Argentina e o Uruguai, gerando sucessivas áreas de tormentas com chuva intensa e temporais. Há ingresso de ar muito quente a partir de uma bolha de calor no Norte do país que interage com uma frente semi-estacionária na zona, o que causa a intensa instabilidade, cenário que a MetSul havia alertado.

A situação pode se complicar ainda mais porque é elevado o risco de novos episódios de chuva intensa ainda hoje e durante a quarta e a quinta-feira na área da cidade de Buenos Aires, o que vai trazer acumulados adicionais que pode fazer a chuva apenas desta semana na região da capital argentina ficar entre 200 mm e 250 mm, ou seja, o dobro da média de março.

A instabilidade forte que atua no momento no Centro da Argentina não representa risco imediato para o Sul do Brasil. O ar mais quente e úmido com chuva e temporais deverá passar a atuar no Rio Grande do Sul a partir da sexta e do sábado, dando início a uma sequência de dias abafados com chuva frequente e temporais, exatamente o que está se vendo agora na Argentina e no Uruguai.

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