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A primavera começa às 10h31 desta terça-feira (22) no Hemisfério Sul e é conhecida como a estação das flores. Não existem flores no espaço, ao menos pelo que se sabe até os dias de hoje, mas a Astronomia nos mostra com as incríveis imagens registradas pelos potentes telescópios que é possível ver flores fora da Terra. É o caso da estrela R Aquilae.

A imagem acima da estrela R Aquilae foi captada pelo projeto de grande escala ATOMIUM em colaboração com o ALMA, o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, localizado no deserto do Atacama, no Norte do Chile. O projeto pretende mapear os ventos estelares “soprados” por uma dúzia de estrelas gigantes vermelhas, um objetivo ambicioso apenas possível graças à incrível resolução atingida pelo ALMA. Os cientistas esperavam que estes ventos estelares, às vezes milhões de vezes mais intensos do que os lançados pelo nosso Sol, fossem esféricos tal como as estrelas progenitores que lhes dão origem. As imagens que obtiveram mostraram o contrário.

Os pesquisadores observaram que os ventos estelares se apresentam com formas muito diferentes. Tal como mostra na imagem captada dos ventos junto à estrela R Aquilae, a equipe descobriu que em todas as estrelas observadas os ventos estelares apresentam muitas formas diferentes, incluindo algumas que se assemelham às delicadas pétalas de uma rosa. Estes padrões observados se parecem muito com os que vemos em nebulosas planetárias.


A equipe de pesquisa, liderada por Leen Decin da KULeuven, na Bélgica, aponta o processo conhecido por interação binária como responsável pela forma observada nos ventos estelares soprados pelas estrelas gigantes vermelhas. Como o nome sugere, a interação binária envolve dois objetos. A teoria nos diz que a forma dos ventos estelares se deve à influência de outra estrela ou planeta gigante. Os ventos estelares são os precursores das nebulosas planetárias e a aparente semelhança entre as suas estruturas indica que a física que os molda também é a responsável pelas nebulosas planetárias, mostrando assim que a interação binária é determinante para esculpir as morfologias das nebulosas planetárias.

 

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