Cientistas descobriram que Júpiter é afetado por vórtices magnéticos, descritos como tornados gigantes que se estendem de sua ionosfera até sua atmosfera profunda. Esses fenômenos resultam em anticiclones escuros que absorvem luz ultravioleta e têm tamanhos comparáveis ao da Terra.
Visíveis apenas em luz UV (ultravioleta), essas manchas escuras foram observadas pela primeira vez no final da década de 1990 pelos telescópios Hubble e Cassini, mas sua origem permaneceu um mistério até recentemente.
Os óvalos escuros são formados por tornados magnéticos que surgem do atrito entre linhas do campo magnético de Júpiter. O planeta possui um campo magnético extremamente forte que, assim como na Terra, converge em seus polos, direcionando partículas carregadas para essas regiões.
Essas partículas colidem com moléculas atmosféricas, criando auroras visíveis em luz UV, semelhantes às observadas na Terra, mas em uma faixa de luz invisível a olho nu.
Pesquisadores liderados por Troy Tsubota, da Universidade da Califórnia, Berkeley, em colaboração com outros cientistas, desvendaram que a formação desses óvalos está conectada a um anel de partículas carregadas, expelidas pelos vulcões da lua Io, que interage com o campo magnético de Júpiter na ionosfera.
O atrito entre as linhas magnéticas e aquelas mais próximas ao planeta gera vórtices que mergulham profundamente na estratosfera. Esses tornados magnéticos agitam aerossóis na atmosfera inferior, formando densa neblina que aparece como manchas escuras.
Essas manchas levam cerca de um mês para se formar e desaparecem em poucas semanas. Observações mostram que a concentração de aerossóis nos óvalos escuros é 50 vezes maior do que o normal.
Isso indica que os tornados são responsáveis pela criação ou movimentação dessas neblinas, em vez de serem causados por reações químicas envolvendo partículas de alta energia da atmosfera superior.
Embora os detalhes exatos ainda estejam sendo investigados, os cientistas concluíram que a regularidade desses fenômenos sugere que Júpiter possui seu próprio “corredor de tornados magnéticos”. A pesquisa oferece novas perspectivas sobre a dinâmica atmosférica de Júpiter e seu campo magnético, ampliando nossa compreensão sobre fenômenos planetários extremos.
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