Defesa Civil

A passagem de um tornado no final da tarde da quarta-feira trouxe muitos estragos em duas cidades do Oeste de Santa Catarina. Os municípios de Belmonte e Descanso foram duramente atingidos com destelhamentos e até destruição de casas e prédios.

A destruição observada em pontos das localidades é consistente com vento de 150 km/h a 200 km/h a ponto de ter apenas sobrado o piso de algumas residências solidamente construídas e um caminhão ter sido virado. 

A estimativa da MetSul é que o tornado tenha tido intensidade no limite das escalas F1 e F2 na escala de Fujita em alguns pontos. 

As evidências são inequívocas da passagem de um tornado com claro rastro deixado na vegetação, condição que se observa em ocorrências tornádicas e não em microexplosões. 

As condições atmosféricas estavam muito propícias ao registro de tornados. Havia o aporte de umidade da Amazônia com ar mais quente e úmido, alimentando uma frente quente na região com muita instabilidade atmosférica. Fenômeno presente em quase todas as ocorrências de tornados no Sul do Brasil, uma corrente de jato em baixo níveis da atmosfera (corredor de vento a cerca de 1500 metros de altitude) atuava no Oeste Catarinense no momento do tornado. 

O jato de baixos níveis (JBN) gera um padrão divergente de vento em diferentes níveis da atmosfera com cisalhamento e ambiente propício para tornado. O modelo WRF da MetSul indicava a possibilidade de tornado na área com valores de helicidade e parâmetro significativo de tornado muito altos para o Oeste Catarinense no exato momento em que se produziu o tornado.