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O que parecia impensável, aconteceu. A temporada de furacões de 2020 no Atlântico Norte conseguiu superar o recorde de 2005 com o maior número de ciclones tropicais nominados em uma única temporada. Com a formação do ciclone Theta, o Atlântico Norte chegou a sua 29ª tempestade nominada do ano, superando a marca até então recorde de 28 do hiperativo ano de 2005, que teve furacões históricos e mortais como Katrina e Wilma. A média histórica é de doze ciclones tropicais nomeados por ano.

A temporada de furacões, regularmente, começa em 1º de junho e termina em 30 de novembro, mas, antes mesmo de seu começo oficial, já tinha duas tempestades nominadas em 2020 com Arthur no dia 16 de maio e Bertha em 27 de maio. Foi o sexto ano seguido em que a lista de nomes para identificar ciclones tropicais ou subtropicais no Atlântico Norte começou a ser utilizada antes mesmo de começar a temporada.

Isso ajuda a explicar que a lista de nomes tenha se esgotado em 2020, o que somente havia ocorrido antes em 2005. Com isso, pela segunda vez na história, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos foi obrigado a recorrer ao alfabeto grego para identificar os sistemas atuantes.


Em 2020, os Estados Unidos foram particularmente atingidos. Nada menos que doze ciclones nomeados atingiram a área continental do território norte-americano, acima dos sete da temporada histórica e até então recorde de 2005 e superando o recorde de nove do ano de 1916. Alcançaram a parte continental dos Estados Unidos as tempestades Bertha, Cristóbal, Fay, Hanna, Isaias, Laura, Marco, Sally, Beta, Delta, Zeta e Eta. Seis destas tempestade chegaram com status de furacão, empatando com os recordes de 1886 e 1985. O estado norte-americano da Louisiana foi alcançado por cinco ciclones tropicais, fato sem precedentes.

Outro dado marcante deste ano é que pela segunda vez na história cinco ou mais ciclones tropicais atuaram simultaneamente no Atlântico: Paulette, René, Sally, Teddy e Vicky. A imagem de satélite do hemisfério daquele dia foi uma das mais compartilhadas em 2020 por meteorologistas do mundo inteiro.

E se você pensa que este é o balanço definitivo, o Centro Nacional de Furacões norte-americano monitora a possibilidade de formação de mais um ciclone tropical no Caribe nos próximos dias que seria nomeado e ainda existe mais de um mês e meio para acabar o ano, logo o que é já é espantosamente alto pode ficara ainda mais alto.

Dois fatores são determinantes para a temporada recorde de tempestades no Atlântico em 2020. As águas mais quentes do que o normal na fase positiva da Oscilação Multidecadal do Atlântico e o fenômeno La Niña. A ciência já demonstrou que ambos contribuem para uma maior frequência de ciclones tropicais no Atlântico Norte e em 2020 ocorrem ao mesmo tempo.

 

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