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Uma supertempestade deve atingir o Canadá no sábado com sucessivos alertas em tom grave de meteorologistas sobre a excepcionalidade da situação que oferece grave perigo para a área costeira canadense com alta probabilidade de graves danos e ondas no mar junto à costa que podem passar de 25 metros de altura.

A supertempestade será um ciclone extratropical poderosíssimo que vai se originar a partir do furacão Fiona que passará a ser um sistema pós-tropical. O furacão Fiona se intensificou durabre a quarta-feira para a categoria 4 na escala Saffir-Simpson, que vai até 5, e desta forma se converteu no primeiro grande furacão da temporada de 2022 no Atlântico Norte.

Fiona atingiu Porto Rico no fim de semana com chuvas catastróficas e inundações e ventos fortes, cortando a energia de todo o território antes de atingir a República Dominicana e castigar Turks e Caicos. Agora, o sistema deve passar perto das Bermudas como uma tempestade muito forte ainda como furacão antes de rumar para o Leste do Canadá, na região que é conhecida como Canadian Maritimes.


No Canadá, o ciclone que deve resultar do furacão Fiona atingirá em cheio a Nova Escócia com ventos potencialmente acima de 160 km/h. Mesmo não sendo mais um furacão, o ciclone extratropical vai ser tão intenso que provocará condições equivalentes a de um forte furacão categoria 1 ou mesmo categoria 2.

A ameaça mais iminente de Fiona é para as Bermudas. O território ultramarino britânico foi colocado sob alerta de tempestade tropical e alerta de furacão, caso a trajetória projetada de Fiona se aproxime da ilha. Em um voo de reconhecimento recente, uma aeronave caça-furacões encontrou ventos de 231 km/h a 2600 metros de altitude na parede do olho, o que se converte em vento de 210 km/h em superfície. As nuvens na parede do olho chegam a ter topos de 50 mil pés ou 15 quilômetros de altura.

Fiona deve passar a Oeste das Bermudas na noite desta quinta-feira ou na manhã da sexta-feira. A ilha provavelmente enfrentará condições de tempestade tropical com ventos de 80 km/h e fortes chuvas pelas bandas de nebulosidade do furacão. Na sequência, Fiona continuará para o Norte com deslocamento mais para o Oeste rumo ao Canadá.

À medida que Fiona se aproximar da cota canadense, o sistema começará a aproveitar a energia da corrente de jato, convertendo-se em uma baixa “extratropical” ou não tropical. Não está claro para os meteorologistas se Fiona ainda manterá as características tropicais ao chegar no Canadá no início do sábado. Independentemente disso, rajadas de vento de 160 km/h ou mais são prováveis.

Para intensificar ainda mais os ventos haverá um “dipolo de pressão”, ou a justaposição de um intenso sistema de alta pressão ao Sul da Groenlândia gerando um brutal contraste de pressão atmosférica com a tempestade remanescente de Fiona. A grande proximidade de dois sistemas extremos piorará muito a intensidade do vento.

Vários meteorologistas foram para as suas redes sociais advertir que a supertempestade vai lembrar Sandy de 2012 e que se trata de uma condição excepcionalmente rara e perigosa no Leste canadense. “É difícil exagerar o cenário na costa atlântica do Canadá com Fiona. Vários modelos preveem que Fiona pode estabelecer um recorde nacional de baixa pressão ao nível do mar ao atingir a terra firme, disse o renomado meteorologista Bob Henson.

“Eu não exagero ou aumento por cliques, então não é sempre que eu digo que estou muito preocupado. Fiona é bastante preocupante para o Sudeste do Canadá, particularmente o Leste da Nova Escócia”, escreveu o meterologista Tomer Burg, da Universidade de Albany. “Mesmo para uma região acostumada ao mau tempo, a previsão é fora da escala. Fiona provavelmente será uma tempestade de uma geração para a Nova Escócia”, alertou Brian Tang, também da Universidade de Albany. “.

É provável que seja um tipo de tempestade que ocorre uma vez na vida”, diz o meteorologista Craig Ceecee. Já o meteorologista Eddie Sheer, da NTV News, enfatiza que será uma tempestade incrivelmente rara no Leste do Canadá pela sua enorme intensidade.

Os meteorologistas norte-americanos e canadenses acreditam que a supertempestade poderá quebrar os recordes de menor pressão atmosférica já registrada tanto em setembro como em qualquer mês do ano tanto na Nova Escócia como no Canadá. A pressão atmosférica mais baixa registrada até hoje na Nova Escócia foi de 950,5 hPa.

Os modelos estão sugerindo que Fiona pode ter uma pressão atmosférica em torno de 930 hPa. A supertempestade Sand, em 2012, que causou enorme destruição do Nordeste dos Estados Unidos e na região de Nova Iorque, por exemplo, teve 940 hPa quando chegou em Nova Jersey.

Os dados dos modelos indicam que, além de ventos extremos, uma maré de tempestade de 2 a 3 metros é possível nas praias da Nova Escócia com ondas em alto mar no litoral canadense de até 25 metros ou mais, o que vai criar condições extremamente perigosas para a navegação mais ao Norte do Atlântico.

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