O Rio Grande do Sul teve hoje o terceiro dia seguido com mínima na casa de 0°C em São José dos Ausentes, mas em pleno 6 de junho não tem uma mínima sequer negativa no ano até agora. Nenhuma massa de ar polar mais intensa alcançou o Estado ainda neste ano.

E vem? Modelos numéricos, em geral, indicam que esse mês de junho e grande parte do inverno devem ser de temperatura acima da média. Nenhuma simulação computadorizadas aponta a incursão de ar muito gelado no Sul do Brasil nos próximos 15 a 20 dias. Alguns modelos de longo prazo apontam que no fim de junho ou começo de julho poderia se produzir o ingresso de uma erupção de ar polar mais forte. 

Julho, aliás, deve ser o mês mais frio do inverno e com maior chance de massas de ar polar de maior potência, mas agosto também, conforme algumas simulações, teria massas de ar frio de trajetória continental. Não raro essas incursões polares de trajetória continental em agosto são acompanhadas de ciclones mais profundos no Atlântico com queda de neve no Sul do Brasil.

A propósito de neve, chamou a nossa atenção analisando os dados de chuva e de temperatura de maio como apareceram análogos de anos de anos que tiveram grandes nevadas como 1965 (agosto), 1984 (agosto), 1994 (julho) e 2002 (começo de setembro). 

Soledade – Agosto de 1965

Sempre lembrando que pra se ter um evento de maior porte de neve não é preciso que o inverno seja rigoroso. Basta uma massa de ar frio mais forte com condições sinóticas ideais para a neve. A grande nevada de 1965 não ocorreu em um inverno rigoroso e que na sua maior parte teve temperatura acima da média.  Anos de El Niño, como o atual, são pródigos em trazer ondas tardias de frio com geada e até neve em setembro.