A qualidade do ar atingiu níveis insalubres em parte do Centro-Oeste em razão dos incêndios no Pantanal e região. O LÁPIS, Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite da UFAL, processou imagens de satélite mostrando os diferentes níveis de poluição (partes por milhão) na região de Mato Grosso e Rondônia. 

Na montagem das imagens, cada faixa da imagem corresponde às quatro terças-feiras: entre 25 de agosto e 15 de setembro de 2020. Na quarta imagem da montagem, referente à última terça-feira, dia 15 de setembro, os níveis de poluição estão em níveis críticos. Conforme o laboratório, com as queimadas, a poluição do ar ficou até 3.360%, além do nível tolerável para as cidades. 

Com uma grave epidemia e cuja enfermidade atinge principalmente o sistema respiratório, a piora na qualidade do ar neste nível agrava ainda mais a situação de saúde pública. O principal vilão para os problemas respiratórios, observe o Lápis, é um poluente chamado material marticulado. Trata-se de uma denominação comum para partículas em suspensão, na atmosfera. Por exemplo, material particulado (MP2,5) é o material particulado com tamanho da ordem de 2,5µm.

“Quem mora em Mato Grosso e Rondônia, não é de agora que reclama da fumaça de queimadas nesta época do ano. Há muitos artigos que mostram os impactos das queimadas na região sobre a saúde dos moradores”, enfatiza o laboratório da universidade federal. 

Quanto menor for o diâmetro destas partículas, maiores as chances de elas penetrarem nas vias respiratórias inferiores (parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões). 

“A situação é dramática”, resumiu o laboratório em comunicado sobre a qualidade do ar e as queimadas.

Setembro está longe de terminar e registra já um recorde de queimadas no bioma Pantanal. O recorde para o mês era de 2007 com 5.498 focos de calor, mas neste setembro o número já foi ultrapassado com 5.603 registros até 16 dia. Antes de terminar o ano, 2020 já supera o recorde anual anterior de queimadas em 26%.