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A semana que começa será extremamente agitada no clima do Brasil com uma provável onda de tempestades associada à passagem de uma frente fria, vento Norte forte a intenso, massa de ar extremamente quente com possíveis recordes de temperatura para o inverno em alguns estados e ainda a tendência de ingresso de uma forte massa de ar polar.

Projeção de anomalia de temperatura para a tarde de quinta | METSUL

Massa de ar excepcionalmente quente tomará conta de grande parte do território brasileiro com marcas extremas para o inverno em muitas localidades. Máximas perto ou acima de 40ºC são esperadas em vários estados. Calor vai atingir marcas impressionantes para agosto em vários estados. O pior do calor é previsto para o Centro-Oeste e Sudeste, onde em várias cidades as máximas entre quarta e quinta devem ficar perto ou superar os 40ºC com marcas em diversos pontos que não ocorrem nem nos dias mais quentes do verão.

Ar muito quente ingressa no Rio Grande do Sul nesta terça com máximas acima de 30ºC em vários municípios. Na quarta, o Noroeste e o Norte gaúcho ainda terão calor enquanto nas demais regiões a temperatura estará menor com chuva e temporais. Em Santa Catarina, a quarta deve ter marcas de 32ºC a 34ºC no Oeste, mas no Sul catarinense e no Vale do Itajaí podem ocorrer máximas de 35ºC a 38ºC, isoladamente superiores.

O pior do calor no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil vai ocorrer na quarta e na quinta com máximas ao redor ou acima de 35ºC na maior parte de São Paulo e temperatura perto de 40ºC em alguns pontos do interior paulista. No Rio de Janeiro, máximas igualmente que ficarão próximas ou acima de 40ºC nos dois dias.

O calor extremo será consequência da atuação de forte a intensa corrente de jato em baixos níveis da atmosfera. Amanhã, esta corrente, além do calor, poderá provocar fortes rajadas de vento do quadrante Norte que poderão ficar entre 50 km/h e 70 km/h em diversas cidades. Em alguns locais, por efeito do relevo, o vento deve ser mais forte e pode atingir marcas de 70 km/h a 90 km/h ou mais.

O vento quente associado à corrente de jato em baixos níveis, ao descer a encosta da Serra do Mar, causará superaquecimento por compressão (aquecimento adiabático) nos litorais paulista e do Rio de Janeiro entre quarta e quinta-feira. Existe a possibilidade de quebra de recordes de calor para agosto no Centro-Oeste e, sobretudo, no Sudeste do Brasil.

Uma frente fria, que vai provocar fortes tempestades em Buenos Aires e no Uruguai com queda de granizo no começo da terça, vai avançar para o Sul e o Leste do Rio Grande do Sul durante esta terça com chuva e risco de tempestades enquanto no Oeste e no Noroeste vai seguir muito quente. A instabilidade deve alcançar o Leste de Santa Catarina.

Na quarta, a instabilidade se concentra no Rio Grande do Sul com chuva e temporais. Na quinta, o sistema frontal traz mais chuva e temporais no Norte gaúcho e se desloca para parte de Santa Catarina e do Paraná com forte instabilidade localizada. Na sexta, muita chuva com alto risco de tempo severo em Santa Catarina e no Paraná com a frente fria que já muda o tempo com chuva e tempestades em áreas de São Paulo e do Centro-Oeste.

Na retaguarda da frente fria, uma massa de ar frio de origem polar de forte intensidade vai ingressar no final da semana no Sul do Brasil com queda muito acentuada da temperatura e que trará mínimas muito baixas e formação de geada no próximo fim de semana, quando a frente fria trará chuva e temporais isolados em muitas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil.

Uma série de extremos em poucos dias não foge ao padrão histórico do fim de agosto, que marca os últimos dias do chamado inverno climático (trimestre junho a agosto) e já apresenta uma transição gradual nas condições climáticas para a primavera.

A história mostra que o fim de agosto nas últimas décadas registrou uma série de eventos que podem ser considerados extremos. O marcante evento de neve em Porto Alegre, em 1984, por exemplo, se deu no dia 24 de agosto. O tornado F3 que arrasou a cidade gaúcha de Muitos Capões ocorreu no final de agosto de 2005, mesmo ano em que um ciclone com vento de 200 km/h atingiu o Sul do Uruguai.

Assim, os últimos dias do mês de agosto costumam ter extremos tanto de frio como de calor e em 2023 não será diferente. Só que desta vez o calor, e não o frio, pode quebrar recordes históricos. A proximidade maior com a primavera, ademais, torna o período mais propício para registro de tempo severo.