O mês de maio se aproxima do fim com o Oceano Pacífico Equatorial em condições de neutralidade, ou seja, sem a presença dos fenômenos El Niño e La Niña em suas formas clássicas, conforme os dados analisados pela MetSul Meteorologia.

NOAA
Na costa da América do Sul, chegou ao fim em abril um evento de El Niño costeiro, que é importante salientar não é a forma clássica (ou chamada canônica) do fenômeno El Niño, que se dá no Pacífico Equatorial Central.
Conforme o mais recente boletim da NOAA, publicado nesta semana, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste – região do oceano usada para designar se há El Niño ou La Niña – está em -0,1ºC, ou seja, na faixa de neutralidade (-0,4ºC a 1,4ºC).
A última vez em que esta parte do Pacífico esteve com anomalias de temperatura do mar em patamar de La Niña foi no informe semanal de 5 de fevereiro, ou seja, há mais de três meses.
Já perto da costa da América do Sul, as águas superficiais no Pacífico Equatorial junto aos litorais do Peru e do Equador, região que é denominada de Niño 1+2, estão agora em patamar neutro depois de muitas semana entre fevereiro e abril com anomalias positivas.
Foi o chamado El Niño costeiro, que reiteramos não deve ser confundido com a forma clássica do El Niño. Não há indicativos de um novo processo de aquecimento para esta área mais a Leste do Pacífico Equatorial.
Pacífico em neutralidade não significa clima normal
A tendência para os próximos três meses é que as condições permaneçam neutras, quase todo o tempo ou todo o tempo com anomalias em torno de zero, ora com pequenos valores positivos e ora negativos.
Neutralidade é frequentemente confundida com normalidade, mas pode trazer tanto extremos de El Niño como de La Niña. Assim, tanto na precipitação como na temperatura os sinais podem ser mistos no decorrer da estação.
Foi o que se viu neste mês de maio. Embora sem El Niño, o Rio Grande do Sul se viu afetado por um episódio de chuva extrema com volumes de até 250 mm ou mais em só dois dias. O episódio ainda trouxe tornados no Sul do Brasil. Na Argentina, no final da semana passada, algumas cidades da província de Buenos Aires tiveram quase 500 mm de chuva.
Neutro por um longo período
Conforme a mais recente atualização mensal da Universidade de Columbia, publicada poucos dias atrás, para o trimestre de junho a agosto, o de inverno, as probabilidades são de 16% de La Niña, 73% de neutralidade e 11% de El Niño.
Por sua vez, no trimestre de julho a setembro, 24% de probabilidade de Niña, 62% de neutralidade e 14% de Niño. No trimestre de agosto a outubro, 31% de La Niña, 54% de neutro e 15% de El Niño.
No trimestre de primavera, de setembro a novembro, a projeção indica probabilidades de 35% de Niña, 48% de neutralidade e 17% de Niño. Finalmente, no último trimestre do ano, de outubro a dezembro, as probabilidades são de 40% de La Niña, 43% de neutro e 17% de El Niño.
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