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Parte do rio Guadiana secou e dá lugar a terra firme sob a ponte medieval Puente de la Mesta em Villarta de los Montes, na região Centro-Oeste espanhola de Extremadura. Os cientistas dizem que a mudança climática induzida pelo homem está tornando os eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor e secas, mais frequentes e mais intensos. | THOMAS COEX/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A seca severa que afeta extensas regiões da Europa está “piorando” e “se ampliando”, e embora a chuva ajude em algumas partes, as tempestades elétricas que acompanham estão causando seus próprios prejuízos, disseram pesquisadores da União Europeia (UE) na segunda-feira.

O último relatório mensal do Observatório Mundial da Seca da UE destacou o risco imposto pelo ressecamento do solo, provocado pelas sucessivas ondas de calor ocorridas desde maio e pela ausência persistente da chuva. Os autores do documento mantiveram o alerta de edições anteriores de que metade do território do bloco europeu está sob seca.

Também apontaram que a redução das fontes de água, incluindo os rios, está afetando a geração de energia nas centrais elétricas e encolhendo as colheitas. “A seca severa que atinge muitas regiões da Europa desde o início do ano está se ampliando e piorando desde o início de agosto”, ressalta o relatório, publicado pelo Centro de Pesquisa Conjunto da Comissão Europeia.

Grandes regiões de países como Espanha, Itália, Portugal, França, Alemanha, Holanda e outros fora da União Europeia, como Reino Unido e Ucrânia, estão em “perigo de seca” crescente, segundo o prognóstico dos especialistas. Calculam que, no total, cerca de 17% do território europeu esteja em alerta vermelho, em comparação aos 11% observados em julho.

“As últimas precipitações (de meados de agosto) podem ter aliviado as condições de seca em algumas regiões da Europa. No entanto, em algumas áreas, as tempestades elétricas associadas causaram danos, perdas e podem ter limitado os efeitos benéficos da precipitação”, explica o documento.

Os especialistas estimam que as zonas mediterrâneas da União Europeia tenham “condições mais quentes e secas que o habitual” até novembro. De acordo com o relatório, as condições atmosféricas ligadas ao tipo de ondas de calor que assolaram a Europa foram, em maio, junho e julho, as mais extremas desde 1950.