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Imagem do satélite mete0rológico GOES-19 da NOAA/NASA mostra a enorme dimensão do ciclone extratropical que está sobre o Oceano Atlântico a Leste do Sul do Brasil e que foi responsável ontem por vento acima de 100 km/h no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo com estragos maiores no território gaúcho.

NOAA

O ciclone se afasta gradualmente do continente e o vento diminuiu nesta terça-feira, mas ventos extremamente fortes em alto mar seguem provocando grande agitação marítima com significativa ressaca do mar nos litorais do Sul e do Sudeste do Brasil.

No Rio Grande do Sul, no Sul do estado, as rajadas ontem chegaram a 102 km/h em Canguçu. Em Porto Alegre e cidades vizinhas ao Norte da Lagoa dos Patos, a ventania foi mais intensa entre 10h e 12h de ontem. Estação no clube Jangadeiros, no Sul da capital, anotou 106 km/h às 10h25.

No Litoral Norte, o vento deve ter passado dos 100 km/h nas praias pelos muitos danos ocorridos, mas todas as estações do Instituto Nacional de Meteorologia na região estavam fora do ar. Em Osório, estação particular acusou 86 km/h.

Nos Campos de Cima da Serra, estação particular em Cambará do Sul, no paredão da Serra voltado ao litoral, marcou rajada de 127,1 km/h às 8h45. Ainda junto à Serra, Rolante foi a 105 km/h.

Em Santa Catarina, na Serra do Rio do Rastro, estação meteorológica marcou rajada de 132 km/h na manhã de ontem. Em São Paulo, o vento passou dos 100 km/h no litoral.

NOAA

Ciclones extratropicais são comuns no Sul do Brasil, especialmente no outono, inverno e primavera, por causa das características geográficas e climáticas da região. A formação frequente desses sistemas se deve principalmente ao encontro de massas de ar de diferentes características — quente e úmida vinda do Norte com fria e seca vinda do Sul — sobre o território do Cone Sul, especialmente sobre o Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina e áreas do Oceano Atlântico adjacente.

O Sul do Brasil está em uma zona de transição entre os trópicos e as latitudes médias, o que o torna um corredor natural para frentes frias e áreas de baixa pressão atmosférica que frequentemente se intensificam e se transformam em ciclones extratropicais. O contraste térmico entre o ar frio vindo da Patagônia e o ar quente tropical cria o ambiente ideal para o desenvolvimento desses sistemas meteorológicos.

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