A onda de queimadas que atingiu o estado de São Paulo no final do último mês fez com que o interior paulista ficasse entre os locais com mais fogo no planeta no mês de agosto, conforme dados do Sistema Copernicus, o consórcio climático e ambiental da União Europeia.
O mapa acima mostra a energia radiativa por queimadas no mundo no mês de agosto. Como se observa, a maior quantidade de queimadas ocorreu na América do Sul e no Centro da África, como ocorre todos os anos nos meses de inverno.
São Paulo, entretanto, não costuma figurar no mapa mundi como um dos lugares com mais fogo no globo terrestre, mas acabou aparecendo devido à enorme onda de fogo que atingiu o interior do estado.
O que se testemunhou em São Paulo no dia 23 de agosto foi o extremo do extremo de fogo já visto no estado desde que se iniciaram as medições por satélite. Em um único dia, o estado de São Paulo registrou 1886 focos de calor, número maior que o ano passado inteiro. As queimadas já tinham se iniciado na véspera com centenas de focos.
Somente entre os dias 22 e 24 de agosto, São Paulo registrou 2621 focos de calor. Em um dado espantoso, o número de apenas três dias foi superior ao total anual de queimadas de São Paulo de 2009, 2013, 2015, 2022 e 2023.
De acordo com os dados de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, agosto terminou no estado de São Paulo com 3612 focos de calor. Antes de 2024, o pior agosto de fogo no estado tinha sido em 2010 com 2444 focos de calor. A média mensal de focos de agosto no território paulista é de 914, logo agosto terminou com cerca de 400% da média histórica de queimadas.
Mais de 2.100 incêndios ocorreram em canaviais, resultando na queima de 59.000 hectares (146.000 acres) de áreas de cana-de-açúcar e áreas de rebrota de lavouras. São Paulo responde por cerca de metade do plantio de cana-de-açúcar do Brasil.
Os incêndios causaram perdas estimadas em 350 milhões de reais, segundo a Organização das Associações dos Produtores de Cana. O governador do estado, Tarcísio de Freitas, estimou as perdas totais em danos às plantações e outras propriedades e atividades em mais de 1 bilhão de reais.
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