As imagens de satélite da NOAA/NASA desta terça-feira da América do Sul são impactantes tal a quantidade de fumaça de queimadas que cobre uma enorme área do continente pelo número absurdamente alto de queimadas que vem se registrando na Bolívia e na Amazônia brasileira.
A origem principal da fumaça está no Sul da região amazônica, em particular no Sul do estado do Amazonas, no chamado arco do desmatamento, assim como no Pará e na Bolívia, onde o número de queimadas tem sido bastante elevado neste mês de agosto, cobrindo de fumaça grande parte do Norte do Brasil.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, os satélites identificaram 3.432 focos de calor entre 21h de domingo e 21h de ontem na Amazônia. Trata-se do pior dia de queimadas na Amazônia neste ano, superando o maior número anual de até então de 3.224 focos de calor no bioma no dia 30 de agosto.
Os números de focos de queimadas no estado do Pará deram um salto nos últimos dias e respondem por grande parte do fogo no bioma amazônico. Foram 1487 focos de calor no Pará durante a segunda-feira e outros 1313 no domingo, primeiro dia de setembro.
Já a Bolívia registrou ontem 1608 focos de calor, conforme dados do Inpe. O país vizinho anotou em agosto 25913 focos de calor, número que é três vezes a média histórica de queimadas do mês no país de 8360.
Grande parte da região amazônica está tomada de fumaça nesta terça-feira. Os dados dos boletins meteorológicos dos aeroportos mostravam na manhã desta terça que a visibilidade horizontal era restrita por fumaça nos aeroportos a 5 mil metros em Manaus, 500 metros em Rio Branco, 500 metros em Porto Velho e 5 mil metros em Cuiabá.
Devido às correntes de vento de Norte para Sul com ar quente pelo interior da América do Sul, um corredor de fumaça que acompanha uma corrente de jato em baixos níveis, um corredor de vento a cerca de 1.500 metros de altitude, que se origina no Sul da Amazônia e desce até o território gaúcho, traz a fumaça para o Sul do Brasil.
As imagens de satélite de hoje mostram que o corredor de fumaça vindo de Norte recurva para o Sul na altura do Rio Grande do Sul, avança para o Oceano Atlântico e por efeito de centros de baixa e alta pressão recurva de novo, desta vez para o Norte, levando a pluma de material particulado na atmosfera para o Sudeste do Brasil, atingindo São Paulo, Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
Corredores de fumaça de Norte para Sul na América do Sul ocorrem todos os anos, mas as imagens de satélite de hoje mostram uma concentração de fumaça muito maior que o habitual e cobrindo uma área superiores ao que se costuma observar com extensa área do Brasil e de países vizinhos com o céu coberto por fumaça.
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