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Um registro sem precedentes marcou a passagem do furacão Melissa pelo Caribe em outubro. Uma sonda lançada por um avião Caçador de Furacões da NOAA mediu uma rajada de 405,5 km/h, valor que, após rigorosa verificação técnica, tornou-se oficialmente o vento mais forte já registrado dentro de um furacão. A leitura supera o recorde anterior, de 399 km/h, observado no Tufão Megi, no Pacífico Oeste, em 2010.

Melissa foi um furacão bestial que atingiu a Jamaica em outubro | CIMSS

A medição extraordinária ocorreu quando a aeronave atravessava a parede do olho do Melissa, então um furacão de categoria 5 na aproximação da Jamaica. A violência da turbulência obrigou a tripulação a deixar o sistema antes do previsto. Mesmo assim, um conjunto de sondas foi lançado para medir parâmetros essenciais do ciclone, como pressão, temperatura, umidade e vento.

A rajada de 405,5 km/h chamou a atenção imediata dos meteorologistas a bordo. Assim que o dado chegou via satélite ao Centro Nacional de Furacões (NHC), o órgão solicitou análise do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos (USNSF NCAR).

O centro é responsável pelo desenvolvimento e certificação das sondas usadas em missões aéreas. Após testes e checagens detalhadas, nenhuma anomalia foi encontrada, validando o novo recorde mundial.

As sondas são dispositivos cilíndricos equipados com sensores que, após lançados, abrem um pequeno paraquedas e transmitem medições várias vezes por segundo enquanto caem pela estrutura da tempestade até o oceano. A leitura extrema aconteceu justamente nos instantes finais antes do impacto com a água, em um ambiente impossível de monitorar por qualquer outro meio.

Melissa, um furacão categoria 5, foi um dos ciclones mais intensos já registrados no Atlântico e tocou terra na Jamaica em outubro com força sem precedentes. A tempestade devastou amplas áreas da ilha, especialmente nos condados de Westmoreland e Saint Elizabeth, onde comunidades próximas ao ponto de impacto sofreram destruição quase total.

A combinação de ventos extremos, chuva intensa e forte tempestade marítima provocou colapso de infraestrutura, perdas agrícolas massivas, interrupção prolongada das telecomunicações e inundações que dificultaram o resgate.

Os efeitos colaterais também atingiram o Haiti, onde as bandas externas geraram enchentes e deslizamentos que ampliaram o saldo de vítimas. No total, 102 pessoas morreram, sendo 54 na Jamaica e 43 no Haiti. Os prejuízos econômicos na Jamaica chegam a US$ 10 bilhões, consolidando Melissa como um dos desastres naturais mais caros e letais da história recente do Caribe.

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