Helicópteros de combate a incêndio são vistos perto dos tanques de óleo em chamas em Matanzas, Cuba, neste sábado. O incêndio causado por um raio na tarde da sexta-feira em um depósito de combustível em Matanzas, no Oeste de Cuba, se espalhou para um segundo tanque na madrugada deste sábado e causou 49 feridos, informaram fontes oficiais. | YAMIL LAGE/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Um incêndio de grandes proporções em tanques de petróleo deixa ao menos 17 desaparecidos e 67 feridos em uma área industrial da cidade de Matanzas, no Oeste de Cuba. Segundo o hospital provincial “Faustino Pérez”, dos 67 feridos atendidos até agora pelo incêndio.

A Presidência de Cuba informou 17 desaparecidos, que seriam “bombeiros que estavam na área mais próxima” do incêndio. O fogo começou na tarde da sexta-feira depois que um raio atingiu um dos tanques do depósito localizado nos arredores de Matanzas, cerca de 90 quilômetros a Leste de Havana, às 19h, horário local.

O ministro da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda, informou que há 67 feridos atendidos. Três pessoas estão em estado crítico, três pacientes estão em estado muito grave, 12 graves, 20 menos graves e 29 leves. Ele garantiu que estão disponíveis bolsas de soros e todos os cremes para tratamento de queimaduras.

Várias brigadas da Cruz Vermelha e Resgate e Salvamento de Havana estão em Matanzas para prestar assistência aos feridos no acidente ou em qualquer outra missão que lhes foi confiada. O presidente de Cuba e outros integrantes do seu governo se dirigiram para o local do incêndio. Caminhões de bombeiros também chegam para ajudar a apagar o fogo na zona industrial de Matanzas.

Cuba pediu hoje ajuda internacional para apagar o incêndio que continua incontrolável na base de petróleo bruto de superpetroleiros em Matanzas. A informação foi divulgada pela conta do Twitter da Presidência da República. Segundo a mensagem, foram contactados “países amigos”, “com experiência na questão do petróleo”.

A referência poderia incluir México e Venezuela, produtores de petróleo bruto e próximos a Cuba. Os Estados Unidos são outro dos países com experiência, recursos e tecnologias para lidar com a contingência na região, mas diversos canais e esferas de cooperação estão fechados. De acordo com a mensagem da Presidência de Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel, ordenou a busca dos desaparecidos e atendimento aos familiares das vítimas do incidente.

A fumaça do incêndio pode ser vista de vários pontos da capital Havana neste sábado. Mesmo em imagens de satélite a fumaça preta do incêndio pode ser avista no extremo Oeste da ilha cubana, conforme o serviço meteorológico cubano.

Às 5h deste sábado, o fogo atingiu um segundo tonel. Segundo o jornal oficial Granma, o primeiro tanque “continha cerca de 26.000 metros cúbicos de petróleo bruto nacional, cerca de 50% da sua capacidade máxima, quando o raio atingiu a cúpula da instalação”. Mario Sabines Lorenzo, governador de Matanzas, informou que há cerca de 800 evacuados.

O incêndio ocorre em meio a dificuldades enfrentadas desde maio na ilha para atender ao aumento da demanda por energia devido ao calor do verão. As oito usinas termelétricas obsoletas, danos, manutenções programadas e falta de combustível dificultam a geração de energia. Desde maio, as autoridades programam apagões de até 12 horas por dia em algumas regiões do país. Desde então, houve vinte protestos em cidades do interior da ilha.