A chuva já está entre 100 mm e 200 mm em grande parte da Metade Sul do Rio Grande do Sul desde o começo da semana e em alguns pontos já chega a casa de 300 mm, ou seja, dois meses de chuva em apenas três dias. A MetSul Meteorologia adverte que os volumes devem aumentar ainda mais com agravamento das inundações.
Os acumulados de chuva desde o começo da instabilidade no final do domingo até o fim da tarde da quarta-feira na rede do Instituto Nacional de Meteorologia somavam 200 mm em Camaquã, 173 mm em Capão do Leão, 171 mm em Canguçu e 158 mm em Rio Grande.
Choveu ainda na rede do Inmet 148 mm em Livramento, 147 mm em Dom Pedrito, 144 mm em Encruzilhada do Sul, 141 mm em Bagé, 128 mm em Caçapava do Sul, 108 mm em Jaguarão e 103 mm em Quaraí.
Já na rede do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), a precipitação neste episódio de instabilidade até o final da tarde de ontem somava 219 mm em Camaquã, 201 mm em São Lourenço do Sul, 185 mm em Canguçu, 177 mm em Capão do Leão, 141 mm em Arroio Grande e 106 mm em Quaraí.
Estações automáticas particulares e da Secretaria da Agricultura por sua vez registraram 300 mm em Camaquã, 205 mm em Encruzilhada do Sul, 201 mm em Mostardas, 197 mm em São Lourenço do Sul e em Pinheiro Machado, 192 mm em Pelotas, 136 mm em Herval e Livramento.
São volumes extremamente elevadas considerando que ocorreram em apenas 72 horas, entre o final do domingo e o fim da tarde desta quarta. Grande parte das cidades do Sul do estado superou em três dias a média histórica de precipitação do mês e a estação particular que mediu 300 mm no Banhado do Colégio, em Camaquã, soma duas vezes a média do mês todo em três dias.
A chuva diminui mais ao Sul do estado nesta quinta, mas a instabilidade aumenta no Rio Grande do Sul e vai atingir áreas que até agora nada ou pouco experimentaram chuva e temporais nesta semana no estado.
A MetSul Meteorologia considera como áreas de alto a muito alto risco para chuva forte a intensa com altos volumes, grande atividade de raios e ainda temporais isolados de vento e granizo nesta quinta-feira o Norte da Lagoa dos Patos, Porto Alegre, Grande Porto Alegre, Litoral Norte, Vales, Região Carbonífera, Centro do estado, Serra, Sul do Planalto, Alto Jacuí e Missões.
Nestas áreas, a chuva apenas desta quinta-feira deve somar 50 mm a 100 mm em um grande número de cidades, mas em alguns pontos os acumulados em apenas 24 horas podem ficar entre 100 mm e 150 mm, conforme as análises dos modelos feita pela nossa equipe.
É alto ainda o risco de temporais isolados de vento e granizo de variado tamanho. Com uma área de baixa pressão junto à frente fria em deslocamento se espera maior vorticidade na atmosfera, assim que não podem ser descartados fenômenos severos muito isolados de vento como tornado ou microexplosão, assim como já ocorrei hoje no município de Camaquã com registro de muitos estragos.
Instabilidade ganha muita força nesta quinta-feira
Com o avanço da frente fria e um centro de baixa pressão cruzando o estado de Oeste para Leste se espera uma intensificação significativa da instabilidade. Os mapas a seguir mostram a projeção de chuva para os quatro turnos desta quinta-feira (madrugada, manhã, tarde e noite), conforme os dados do modelo de referência do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF).
Como se observa nos mapas do modelo europeu, a instabilidade aumenta muito sobre o Rio Grande do Sul entre a madrugada e o período da manhã com o pior da chuva e dos temporais previsto para os turnos da manhã e da tarde. No Nordeste gaúcho, entre a Serra e o Litoral Norte, o pico da instabilidade será na segunda metade do dia.
Alagamentos em muitas cidades
Os altos a altíssimos volumes de chuva em curto período devem trazer alagamentos em Porto Alegre, região metropolitana e muitos outros municípios do Centro para o Norte do estado durante esta quinta-feira. A chuva por vezes será torrencial com acumulados de 20 mm a 50 mm em apenas uma hora em algumas cidades.
Porto Alegre é uma das áreas de maior preocupação, embora não haja risco de enchente do Guaíba. A chuva pode ser por vezes forte a torrencial com volumes altos nesta quinta-feira na capital, o que esperamos deve trazer alagamentos e que não se descarta possam ser até numerosos.
Com a rede de esgotos ainda assoreada em parte da cidade pela enchente de maio, os alagamentos podem deixar ruas intransitáveis, especialmente em locais assolados pela inundação em maio, como pontos do Quarto Distrito, do Centro Histórico e do Eixo da Sertório, dentre outros locais da cidade.
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