Foi uma sexta-feira em que Porto Alegre respirou aliviada. Justamente no último dia de maio, o mês que entrará para a história como o da maior de todas as enchentes na cidade e com consequências humanas, sociais e econômicas trágicas, o Guaíba finalmente caiu abaixo da cota de inundação.
Foi quase um mês em que o Guaíba permaneceu acima da cota de inundação. As águas romperam a barreira dos 3 metros, a cota de inundação historicamente usada para o Centro de Porto Alegre, ainda no começo da tarde do dia 2 de maio.
Desde então, as águas que banham a capital dos gaúchos estiveram sempre acima da cota de inundação, exceção da semana passada quando brevemente o nível igualou o do piso dos cais do Centro de Porto Alegre.
A MetSul esteve no Cais Mauá na tarde desta sexta-feira e o que encontrou foi muita lama no pórtico central, que era extremamente escorregadia, e ainda poças de água no piso que remanesceram da inundação da enchente.
No cais, a MetSul mediu o nível na régua física, antes submersa pela enchente, em marca ao redor dos 2,98 metros, uma vez que havia oscilação pela ondulação que não chegava a ser significativa.
Por vezes, ondas ainda levavam água para o piso do cais, mas apenas na borda, uma vez que a ondulação não era forte e o vento no local soprava com fraca intensidade em uma tarde de tempo ensolarado na capital gaúcha.
E, então, o que vai ocorrer com o Guaíba agora que, enfim, caiu abaixo da cota de inundação oficial de 3,00 metros no Cais Mauá e que é referência para o Centro de Porto Alegre?
O cenário que se apresenta tanto de chuva como de vento no curto prazo é bastante favorável. Este fim de semana será de sol e nuvens em Porto Alegre e nas bacias dos rios contribuintes.
Além disso, a previsão para este fim de semana indica vento do quadrante Norte, o que proporciona um escoamento mais rápido das águas para a Lagoa dos Patos e seguirá favorecendo a baixa do Guaíba.
A tendência de baixa pode ter uma interrupção no começo da semana, quando na segunda-feira se espera a chegada de uma frente fria sem maior atividade com chuva sem altos volumes e vento Sul, que pode provocar um repique moderado de nível.
O pico da grande enchente de maio de 2024 ainda vai ser determinado. As maiores medições indicaram 5,35 metros na régua emergencial do Gasômetro e 5,15 na régua da start-up TideSat, instalada no Cais. Estudos topográficos e outros vão determinar o pico exato da enchente.
A divisão de Geoinformação do Exército Brasileiro anunciou que espera ter o número final do pico da enchente já neste mês de junho a partir de suas medições georrreferenciadas em cerca de 20 pontos do Sul ao Norte da cidade de Porto Alegre.
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