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As dezenas de milhões de pessoas que moram no Sudeste do Brasil estão acostumadas a sofrer com dias de calor muito intenso durante a primavera, mas a MetSul antecipa que neste ano a tendência é que suem mais do que o habitual porque haverá muito mais dias quentes do que se costuma registrar e vários de calor excessivo.

Em muitas áreas do Sudeste do Brasil, ao contrário do senso comum, os dias de calor mais intenso ocorrem na primavera, no final da estação seca, e não durante os meses de verão que têm chuva e temporais frequentes, quase que diariamente. São os casos, por exemplo, do interior de São Paulo e muitas cidades mineiras.

A cidade de São Paulo é um caso em particular. Os meses mais quentes do ano, na média mensal, são os do verão, de dezembro a março, embora seja o período mais chuvoso do ano. Por outro lado, os extremos de calor com dias de marcas muito altas e recordes costumam ocorrer no final da temporada seca, entre setembro e novembro.

O que regula extremos de calor, assim, na maior parte do Sudeste, é chuva. A existência de uma temporada seca e outra chuvosa. No verão, a atmosfera mais úmida e com chuva bastante frequente desfavorece extremos de calor maiores, exceção da cidade do Rio de Janeiro.

Quando ainda chove pouco normalmente, e a atmosfera começa a ficar mais aquecida, na primavera, ocorrem os extremos de temperatura alta no Centro do Brasil, incluindo os estados da Região Sudeste.

Em 2023, a tendência é de uma primavera com temperatura acima a muito acima da média no Sudeste do Brasil. Em várias cidades, antecipa a MetSul, a primavera deste ano pode ser a mais quente ou a segunda mais quente já observada desde o começo dos registros há um século no Brasil, ou seja, será uma estação excepcionalmente quente.

Projeção de anomalia de temperatura (desvio da média) no trimestre setembro a novembro do modelo do SEAS5 (Centro Meteorológico Europeu) | METSUL

Projeção de anomalia de temperatura (desvio da média) no trimestre setembro a novembro do modelo do Met Office (Reino Unido) | METSUL

Projeção de anomalia de temperatua (desvio da média) no trimestre outubro a dezembro do multimodelo NMME (NOAA) | METSUL

Projeção de anomalia de temperatura (desvio da média) no trimestre outubro a dezembro do modelo GEOS (NASA) | METSUL

Sob este cenário, o número de dias de calor intenso (acima de 35ºC) e extremo (acima de 40ºC) deve ser maior do que o normalmente observado na primavera deste ano. Já nos primeiros dias da nova estação se projeta um evento de calor extremo com onda de calor de enorme intensidade.

Há, aliás, uma probabilidade maior de fortes a intensas ondas de calor com extremos até históricos de temperatura no decorrer da estação no Sudeste do Brasil. Os períodos mais crítico para estes extremos de temperatura será compreendido entre este final de setembro e novembro.

O Oeste e o Noroeste de Minas, assim como o Noroeste e o Norte do estado de São Paulo, devem ser as áreas do Sudeste em que a temperatura deve ficar mais acima da média nesta primavera com um número altíssimo de dias de calor intenso e fortes a poderosas ondas de calor.

O cenário guarda semelhança nesta estação com a de 2020. Em outubro daquele ano, extrema onda de calor trouxe máximas de 43,5°C em Lins (07/10/2020); 42,9°C em Barretos (07/10/2020); 42,8°C em Registro (02/10/2020); 42,6°C em Ibitinga (07/10/2020); 42,4°C em Dracena (06/10/2020); 42,2°C em Catanduva (05/10/2020); 42,1°C em Catanduva e Votuporanga (03/10/2020); e 42,0°C em Jales (07/10/2020).