Anúncios

A chuva aumenta em grande parte do Brasil nos próximos dez dias à medidas que gradualmente começa a transição para o final da estação seca que tem seu auge no inverno para o período mais chuvoso do ano no Centro do país entre o final da primavera e o começo do outono. É o que vai levar a mais precipitação no Centro-Oeste e no Sudeste nestes últimos dias do mês de setembro e nos primeiros de outubro.

O mapa acima mostra a projeção de chuva para dez dias do modelo meteorológico europeu, disponível ao assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas. Como se observa no mapa, há indicativo de chuva no período em grande parte do território brasileiro e em muitas áreas do Centro-Oeste e do Sudeste que vinham sob tempo muito seco e calor extremo com máximas acima de 40ºC.

A Região Norte deixou o período mais chuvoso do ano que se denomina de inverno amazônico, período do calendário em que há uma maior concentração das chuvas que vai de dezembro até meados de maio, e que normalmente concentra 60% a 70% da precipitação do ano. Parte da região começa, inclusive, a sofrer com uma seca por conta do fenômeno El Niño.

Com isso, os volumes de chuva diminuem na maior parte do Norte do Brasil, mas não deixa de chover. Os mais altos acumulados de precipitação na região nos próximos dez dias tendem a se concentrar no Oeste e Sul do Amazonas, Acre e Rondônia enquanto no Pará e em Tocantins a chuva deve ser muito irregular.

Na Região Nordeste, a chuva será escassa na maior parte da região nos próximos dez dias. Haverá pancadas isoladas e passageiras, tanto no Agreste como na costa, entretanto a chuva será muitíssimo mal distribuída e na maior parte da região nordestina a chuva será pouca ou nenhuma.

Já no Centro-Oeste do Brasil, que vem sofrendo com calor extremo e tempo seco na maioria das localidades, o ar tropical com maior umidade nos próximos dias deve favorecer chuva e com temporais isolados na maioria das áreas nos próximos dias. Chuva, embora mal distribuída, será frequente no Centro-Oeste nestes últimos dias de setembro e no começo de outubro.

O avanço de uma frente fria associada a um ciclone que se formará na costa do Brasil ajudará a aumentar a umidade sobre o Centro-Oeste, o que somado ao calor gerará nuvens de chuva todos os dias na região com pancadas localmente fortes e temporais isolados de vento e raios. Os maiores volumes de chuva no período são previstos para os estados do Mato Grosso e Goiás.

É o mesmo quadro que deve levar a um aumento da chuva também no Sudeste do Brasil. Um incremento na presença de umidade sobre a região com o deslocamento de uma frente fria, que vai organizar maior vinda de ar tropical quente e úmido da Amazônia, trará chuva irregular na maior parte do Sudeste neste fim de setembro e no começo de outubro.

A chuva neste fim de setembro e no início de outubro ocorrerá todos os dias no Sudeste, mas não significa que vai chover todos os dias numa cidade em particular. As precipitações tendem a ser dispersas, embora alcançando um grande número de localidades. Em alguns pontos, a chuva pode ser por vezes intensa acompanhando temporais. O Norte de Minas Gerais é que deve ter muito pouca chuva no período e seguir extremamente quente.

Na Região Sul, a tendência é que se concentrem os mais altos acumulados de precipitação do Brasil nos próximos dez dias, repetindo o padrão que se observa durante todo este mês de setembro que é o mais chuvoso já observado em um século de dados no Rio Grande do Sul com acumulados perto e acima de 500 mm em muitas cidades. Os volumes serão altos em pontos dos três estados da região.

Uma baixa pressão traz muita chuva hoje em parte do Rio Grande do Sul antes de se formar um ciclone que gerará uma frente fria que avançará com chuva por Santa Catarina e Paraná na quarta, mas já nesta terça o calor induz áreas de chuva em pontos dos dois estados. Novas áreas de instabilidade se formam no Sul do Brasil entre sexta (29) e sábado (30) com o avanço de ar mais frio. Entre os dias 3 e 4 de outubro, novo episódio de forte instabilidade afetará o Sul do Brasil com chuva volumosa.