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Todas cinco regiões do Brasil deverão ter o registro de volumes ao menos pontualmente elevados nos próximos dez dias, notadamente o Centro-Oeste, o Sudeste e o Norte do país. Parte do Nordeste brasileiro, especialmente estados mais ao Norte da região, também deverão anotar volumes localmente elevados pela influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), uma faixa de instabilidade maior ao redor do equador que nesta época se posiciona mais ao Sul.

O mapa mostra a projeção de chuva para dez dias do modelo meteorológico do Centro Europeu (ECMWF) a partir dos dados da rodada da 0Z desta quarta-feira. O modelo está disponível ao nosso assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas. Observa-se como a chuva vai estar mais espalhada pelo país com aumento no Norte e em parte do Nordeste.

No Sudeste, sem a presença de um evento da Zona de Convergência do Atlântico Sul, a chuva tende a ser mais irregular. Partes de Minas Gerais e do Espírito Santo, por exemplo, situadas mais próximas da Bahia devem ter pouca chuva.

A Bahia, aliás, é o estado do Nordeste que menos deve ter chuva nos próximos dez dias. Por outro lado, na região, os estados do Maranhão, Piauí e Ceará tendem a ter os mais elevados acumulados pela atuação da ZCIT.

No Centro-Oeste brasileiro, espera-se uma grande irregularidade e variabilidade da chuva nos estados da região. Chove em todos os municípios no período, mas os acumulados variarão demais de um ponto para outro pela natureza das pancadas de origem convectiva e associadas ao calor e à umidade.

Será o mesmo padrão que vai prevalecer no Sudeste em áreas como o Centro, Oeste e o Sul de Minas Gerais, São Paulo e o Rio de Janeiro. Pancadas de verão frequentes e temporais isolados despejam grandes volumes de chuva localizados. Estas são as áreas do Sudeste que mais devem ter chuva e em alguns episódios de precipitação extrema em curto período com inundações e deslizamentos podem ocorrer.

No Sul do Brasil, a chuva segue sendo mais frequente em Santa Catarina e no Paraná com os mais altos volumes no estado paranaense. No Rio Grande do Sul, a atuação de um centro de baixa pressão na costa trará chuva mais frequente e temporais no final desta semana e no fim de semana. Como é comum após a baixa pressão se deslocar pelo oceano, ar mais seco domina setores mais a Oeste, o que resultará em chuva escassa na semana que vem.

A chuva nos próximos dias, entretanto, não terá nem duração nem volumes suficientes para acabar com a estiagem no Rio Grande do Sul e tampouco poderá reverter o grande déficit de precipitação acumulado durante os últimos meses.

Mesmo assim será benéfica em alguns pontos. Setores das Metades Norte e Leste do Rio Grande do Sul podem ter volumes localmente elevados nos próximos dias com acumulados altos em curtos períodos acompanhando temporais de verão. Mais a Oeste, perto da Argentina, deverá chover menos.