Petrópolis contabiliza quase 200 deslizamentos de terra e dezenas de mortos após o evento de chuva extrema da tarde da quarta-feira e a previsão é de o tempo seguir instável | CARL DE SOUZA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O tempo vai seguir instável na região de Petrópolis, onde um evento de chuva excepcional na tarde da terça-feira trouxe muita destruição, inundações e quase duas centenas de deslizamentos de terra na cidade, o que traz um saldo de dezenas de mortos e desaparecidos. O céu estava encoberto na manhã de hoje com presença de nevoeiro e neblina na região.

O tempo não firma hoje e nos próximos dias em Petrópolis e nas demais cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro. Não se antecipa um novo evento de chuva com a magnitude do registrado ontem, mas a cidade enfrentará períodos de precipitação ao menos até o começo da semana que vem.

A previsão para hoje e os próximos dias em Petrópolis é de predomínio de nebulosidade com céu nublado a encoberto com períodos de chuva e garoa, além da presença em vários momentos de nevoeiro e neblina. Qualquer período de melhoria será temporário, uma vez que a instabilidade deve ser intermitente.

Os mapas abaixo mostram a projeção de chuva dia a dia para o Sudeste do Brasil de hoje (16) até segunda-feira (21), de acordo com a projeção do modelo meteorológico alemão Icon, que está disponível ao assinante na seção de mapas.

Todos os modelos coincidem em indicar instabilidade nos próximos dias em Petrópolis, mas divergem sobre volumes e os momentos de risco de chuva mais volumosa. O Icon, por exemplo, não projeta instabilidade significativa entre hoje e sexta, mas aumenta a chuva na Região Serrana entre sábado e terça. O norte-americano GFS, por sua vez, indica esta quinta como o dia com maior probabilidade de chover mais, reduzindo a instabilidade na sequência.

A tendência, assim, é de que os próximos dias alternem períodos de chuva e garoa com de céu nublado a encoberto. A chuva deve ser predominantemente fraca a ocasionalmente moderada, não se descartando precipitação forte localizada. A chuva tende a ocorrer principalmente em horas da tarde e noite. Reitera-se que acumulados extremos como de ontem em tão curto período são improváveis.

Mesmo que não volte a chover muito forte, o quadro exige muita atenção. Isso porque o solo está saturado de umidade e bastante instável, logo o risco geológico permanece muito alto de deslizamentos. Neste cenário, mesmo precipitações fracas a moderadas podem desencadear novos escorregamentos do terreno em áreas de encostas.

O quadro se complicaria muito na região se uma nova forte massa de ar frio avançasse pela costa do Sul do Brasil em direção ao Sudeste, o que seria o gatilho para um novo episódio de chuva muito volumosa e excessiva no Rio de Janeiro. Ar mais frio vai chegar ao litoral do Sul do país neste fim de semana, o que explica o aumento da chuva projetado por alguns modelos para o estado do Rio no sábado e no domingo, mas o ar frio não é de grande intensidade.

O que demandará atenção é a perspectiva de formação de um sistema de baixa pressão entre o litoral de São Paulo e o Rio de Janeiro de sexta para sábado, o que pode gerar chuva localmente forte na região no final da semana e durante o fim de semana, incluindo a Região Serrana do Rio.