O ciclone tropical severo Phailin atingiu o Nordeste da Índia durante o fim de semana com importantes estragos. A tempestade alcançou terra ainda no sábado com vento acima de 200 km/h e chuva extrema. No momento em que chegou ao continente, foi estimada como uma tempestade categoria 4 com pressão atmosférica medida em 938 hpa na cidade de Gopalpur. Os danos foram significativos na região de Odisha, contudo o número de mortos pelo ciclone foi baixo: 23. Ciclone de intensidade similar na mesma área em outubro de 1999 matou 10 mil pessoas. Por que a tragédia de 1999 não se repetiu ?


Primeiro, quando alcançava terra, o ciclone passava pelo que os meteorologistas chamam no jargão “de ciclo de substituição do olho” (eyewall replacement cycle), mudança na estrutura do centro da tempestade que provoca seu enfraquecimento. Mesmo assim, Phailin chegou com rajadas acima de 200 km/h e chuva extrema. Segundo, o ciclone entrou (landfall) por área 100 quilômetros ao Norte que em 1999 e menos suscetível à inundação por avanço da maré que no evento de 14 anos atrás.


Terceiro e mais importante, as autoridades indianas se mobilizaram muito mais desta vez que há 14 anos. Cerca de um milhão de pessoas foram retiradas de suas casas e levadas para abrigos construídos após o desastre de 1999 numa das maiores evacuações da história indiana. Quarto e não menos importante, a população local teve muito mais informação agora que em 1999, seja pela mídia local (reprodução acima) ou redes sociais, com prognósticos do tempo extremamente precisos pelo IMD, o serviço nacional de Meteorologia da Índia. (Com reproduções do International Herald Tribune e jornais da Índia)