Projeção do posicionamento de Potira na sexta-feira do modelo GFS

A tempestade subtropical Potira vai provocar vento e chuva que será isoladamente forte em Santa Catarina. A tendência é de tempo instável se concentrar  no Leste catarinense, sobretudo em áreas litorâneas e perto da costa.

Modelos indicam que o ciclone deve rumar para Oeste e se aproximar da costa do Sul do Brasil, mas não irá atingir o continente porque uma frente fria no fim de semana trará divergência de vento, enfraquecerá o ciclone e freará seu avanço para Oeste.

A circulação ciclônica de Potira traz nebulosidade variável. O sol até chega a aparecer com nuvens no Leste catarinense, mas predominam momentos de maior nebulosidade e chuva.

As precipitações, isoladamente, podem vir na forma de pancadas fortes a intensas passageiras. Com efeito da orografia (relevo) da Serra do Mar, alguns pontos isolados podem ter volumes tão altos quanto 100 mm a 150 mm de hoje a sexta.  Há risco de temporais isolados de granizo no Leste e Nordeste catarinense neste feriado da tarde pra noite. 

O vento sopra fraco a moderado, mas com rajadas, em média, de 40 km/h a 60 km/h em alguns momentos em diversas regiões de Santa Catarina. Em pontos da costa, o vento pode ser mais forte.

Do Centro para o Oeste catarinense o tempo seco predomina e apenas o vento sopra por vezes moderado com ocasionais rajadas. 

RISCO DE POTIRA PARA A PESCA EM SANTA CATARINA

MetSul enfatiza, assim, que não são esperados impactos relevantes na maior parte de Santa Catarina deste ciclone, uma vez que a sua atuação se dá em alto mar e a uma grande distância da costa.

Com efeito, risco maior existe para embarcações em alto mar e que podem enfrentar condições de tempestade com chuva forte e muito vento.

O mar fica agitado na orla de Santa Catarina e com risco alto de ressaca, sendo desaconselhada a navegação, mesmo com o centro do ciclone distante. 

Isso porque o campo de vento de ciclones subtropicais é muito mais amplo que de ciclones tropicais.

DIFERENTES CICLONES

Ciclones podem ser extratropicais (centro de baixa pressão com perfil frio), subtropical (centro da baixa pressão com características extratropicais e tropicais), e tropicais (centro de baixa pressão com perfil quente).

Os sistemas mais intensos costumam ser os tropicais, quando atingem o status de furacão, e os extratropicais que experimentam uma intensificação muito rápida (ciclogênese explosiva).

Diferentemente dos furacões em que o campo de vento é mais concentrado e se dá na parede do olho e ao redor, nos ciclones subtropicais – assim como nos ciclones extratropicais – o campo de vento é mais extenso e capaz de atingir áreas mais distantes do centro da área de baixa pressão.

Ciclones extratropicais são muito comuns em nossa região. Já os subtropicais e tropicais são anômalos ou atípicos.

POTIRA 

A tempestade subtropical Potira se formou na terça-feira (20) na costa do Sudeste do Brasil. O ciclone subtropical no Oceano Atlântico se intensificou e passou da condição de depressão para tempestade ontem (21). O último ciclone atípico no litoral brasileiro tinha sido Oquira, na costa gaúcha em dezembro de 2020.

O ciclone atípico se formou em alto-mar, nas coordenadas 27°S e 43°W, sendo classificado inicialmente como depressão com ventos estimados por satélite entre 25 e 30 nós (45 a 55 km/h). 

Seu centro se encontrava a aproximadamente 300 milhas náuticas (555 km) a Leste da costa do estado de Santa Catarina e a 250 milhas náuticas (450 km) ao Sul da costa do estado do Rio de Janeiro. 

De acordo com o último aviso náutico da Marinha, são esperados ventos fortes nas proximidades do litoral dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

As rajadas podem atingir 102 km/h em alto mar, nos setores Sul e Oeste do ciclone, e 75 km/h junto à costa, durante todo o período de atuação do ciclone. 

Há previsão de mar grosso a muito grosso com alturas de ondas entre 3 e 7 metros em alto mar e possibilidade de ocorrência de ressaca na costa dos estados de São Paulo e do Rio Janeiro, com ondas entre 2,5 e 3,5 metros até o dia 23 pela manhã. 

A condição de tempo severo provocada por este sistema ocorrerá principalmente em alto mar, associada aos ventos intensos, mar agitado e chuva forte.