Quase 1.000 bombeiros permaneciam mobilizados nesta segunda-feira no centro de Portugal para prevenir possíveis reativações daquele que as autoridades disseram ser o maior incêndio florestal já visto no país — devastando uma área mais de dez vezes maior que a ilha de Manhattan.
PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP/METSUL
O fogo só foi controlado no domingo, após 11 dias em atividade, tendo queimado 64.451 hectares, informou à AFP o porta-voz da Autoridade Nacional de Proteção Civil, comandante Telmo Ferreira.
Isso fez dele o maior incêndio já registrado em Portugal, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). O recorde anterior era de 53.000 hectares destruídos em outubro de 2017.
O incêndio atingiu sete municípios nos distritos de Coimbra, Guarda e Castelo Branco, e foi causado por raios, disseram as autoridades.
Ferreira explicou que ainda havia quase 1.000 bombeiros e 300 veículos em “operações de vigilância” nesta segunda-feira, embora o número deva ser gradualmente reduzido.
A segunda-feira trouxe algum alívio, já que o sistema de proteção civil não registrou novos focos de incêndio em um verão que tem feito Portugal e a vizinha Espanha enfrentarem uma série de ocorrências.
Desde julho, incêndios florestais já mataram quatro pessoas em Portugal, destruíram casas e plantações e devastaram cerca de 278.000 hectares, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). Outras quatro pessoas também morreram nos incêndios mais recentes na Espanha.
O pior ano para Portugal foi 2017, quando mais de 563.000 hectares foram queimados em incêndios florestais que deixaram 119 mortos, segundo registros do EFFIS.
O governo anunciou uma série de medidas de emergência para apoiar as áreas afetadas, incluindo financiamento para a reconstrução de casas destruídas e auxílio a agricultores.
A Península Ibérica tem sido fortemente afetada pelas mudanças climáticas, que, segundo especialistas, estão provocando ondas de calor mais longas e intensas.
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