Porto Rico lentamente começou a recuperação depois que o furacão Fiona atingiu a ilha com vento muito forte e chuva extrema. As precipitações na ilha tiveram uma média 350 mm, mas com pico numa estação de 867 mm (34,12 polegadas), de acordo com dados do escritório local do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS).
As chuvas provocaram inundações generalizadas que provavelmente custarão bilhões, disse o governador de Porto Rico. Apenas um medidor de rio permanecia em cota de inundação na tarde da quarta-feira e o radar de Porto Rico exibia apenas chuvas leves isoladas que afetam a ilha.
Praticamente toda a ilha perdeu energia no pico da tempestade e os esforços de restauração ainda estão em estágios iniciais. O site poweroutage.us estimou que a energia foi restaurada para cerca de 25% dos 1.468.223 clientes de eletricidade que rastreia em Porto Rico.
A tempestade Fiona está sendo responsabilizada por quatro mortes em Porto Rico, uma na República Dominicana e uma em Guadalupe. Em Porto Rico, onde o furacão tocou o solo no domingo, o governador Pedro Pierluisi descreveu os danos causados pela tempestade na terça-feira como “devastadores”. “Isso é difícil, há muitos danos e ainda estamos avaliando a extensão dos mesmos”, disse em coletiva de imprensa.
O presidente de República Dominicana, Luis Abinader, declarou três províncias do Leste do país como zonas de desastre: La Altagracia, que abriga o popular balneário de Punta Cana; El Seibo; e Hato Mayor. Fiona afetou residências e causou sérios danos na infraestrutura de serviços básicos deste país de 10,5 milhões de habitantes.
Jorge Cintrón, morador de La Parguera, na costa Sudoeste do país, sofreu danos materiais em sua casa e em seu negócio, um salão de beleza. “A experiência foi horrível. Foi muito impressionante sentir os ventos e ver como as coisas foram levantadas”, contou à AFP por telefone.
“Destruiu o pátio que eu tinha acabado de reformar. Foi aí que eu chorei, porque depois dos sacrifícios que se faz para ter suas coisas, não é fácil perdê-las. Mas vou me levantar. Se eu tenho minha vida e minha mãe está bem, o resto vem como consequência”, disse o homem de 57 anos.
Depois de anos de problemas financeiros e de recessão, em 2017, Porto Rico declarou quebra, a maior já anunciada por uma administração local dos Estados Unidos. Mais tarde, neste mesmo ano, o duplo golpe de dois furacões, Irma e Maria, aprofundou a miséria e devastou a rede elétrica da ilha, que há anos sofre grandes problemas de infraestrutura. A rede foi privatizada em junho de 2021 em um esforço para resolver a ocorrência de apagões, mas o problema persiste. No início deste ano, por exemplo, toda ilha ficou sem luz.