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Porto Alegre teve hoje um dia raro com dois fenômenos ópticos no céu que chamaram muito a atenção. Embora halos solares e lunares sejam comuns, os porto-alegrenses e moradores de outras cidades do estado testemunharam simultaneamente com o halo o aparecimento de outro fenômeno chamado de arco circum-horizontal, que é raro.

Halo solar em torno do sol (E) acompanhado de arco circum-horizontal (D) no céu de Porto Alegre nesta quinta-feira | WALTER SPIESS

A MetSul Meteorologia, com profissionais atuando há 40 anos no Rio Grande do Sul, não recorda de um dia que tenha tido dois fenômenos ópticos simultâneos em Porto Alegre, o que em nossa opinião torna este dia muito raro.

O halo solar e o arco circum-horizontal são dois fenômenos ópticos distintos que ocorrem devido à interação da luz solar com cristais de gelo na atmosfera. Nesta quinta, desde cedo, podiam ser observadas nuvens Cirrus (como rabos de galo) que são formadas por cristais de gelo.

Embora muitas vezes sejam confundidos, eles diferem significativamente em aparência, formação e nas condições sob as quais são visíveis. Um halo solar é geralmente observado como um grande anel circular ao redor do Sol.

Esse fenômeno ocorre devido à refração e reflexão da luz solar em pequenos cristais de gelo hexagonais suspensos em nuvens de alta altitude, como cirros ou cirrostratos. Quando a luz atravessa os cristais de gelo, ela se curva em um ângulo específico de 22 graus, formando o halo.

O resultado é um anel esbranquiçado ou levemente colorido, geralmente visíveis na borda interna e tons azulados na borda externa. Halos solares são relativamente comuns e podem ocorrer em uma ampla gama de condições meteorológicas, desde que haja cristais de gelo na atmosfera.

Eles podem ser vistos com o Sol em diferentes posições no céu, tornando-se um evento atmosférico frequente, mas fascinante. Já foram observados numerosas vezes em Porto Alegre e outras cidades gaúchas.

Por outro lado, um arco circum-horizontal é um fenômeno muito mais raro de se observar, seja no Rio Grande do Sul ou em outras partes do mundo. Diferentemente da forma circular do halo solar, o arco circum-horizontal aparece como uma faixa brilhante e colorida que se estende no céu.

Muitas vezes chamado de “arco-íris de fogo”, embora esse nome seja incorreto, pois não é fogo nem um arco-íris. As cores vivas do arco são criadas quando a luz solar passa por cristais de gelo hexagonais planos que estão alinhados horizontalmente.

Ao entrar por um lado vertical do cristal e sair pela base horizontal, a luz sofre um efeito prismático, dividindo-se em um espectro de cores. Para que um arco circum-horizontal seja visível, o Sol deve estar muito alto no céu — pelo menos 58 graus acima do horizonte.

Essa exigência de alinhamento preciso entre o Sol, os cristais de gelo e o observador torna os arcos circum-horizontais muito menos comuns do que os halos solares.

Halo solar no céu sobre a Praça da Alfândega | PEDRO PIEGAS/CORREIO DO POVO

Arco circum-horizontal (“arco íris de fogo”) no céu sobre o Parque Moinhos de Vento (Parcão) | JULIANO SCHULLER

A diferença nas posições de visualização e nas características visuais entre esses dois fenômenos é marcante. Enquanto o halo solar forma um anel circular ao redor do Sol e geralmente é esmaecido ou levemente colorido, o arco circum-horizontal aparece abaixo do Sol como uma faixa horizontal de cores intensamente saturadas.

O halo pode ser visto em uma variedade de condições atmosféricas, desde que haja cristais de gelo presentes, enquanto o arco circum-horizontal depende de alinhamentos atmosféricos raros e de uma elevada posição solar, tornando-se uma visão especial e fugaz.

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