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A comunidade climatológica mundial acompanha de perto as informações relacionadas à erupção do Monte Agung, em Bali, na Indonésia. Se o vulcão apresentar uma grande erupção explosiva, como ocorreu meio século atrás, as conseqüências serão sentidas no clima planetário. Na significativa erupção do Agung, entre 1963 e 1964, que matou mil pessoas, a enorme quantidade de material particulado e gases em grande altitude alterou a composição da estratosfera, fazendo que os aerossóis refletissem mais a luz solar, logo provocando um resfriamento do planeta.

Estudos estimam que a temperatura planetária diminuiu entre 0,2ºC e 0,3ºC como consequência da erupção do Monte Agung em 1963. Parece pouco, mas em se tratando de média do planeta é uma mudança expressiva. Na segunda metade do século 20 somente outras duas erupções vulcânicas registraram um expressivo impacto no clima global, as do El Chichón (1982) e do Pinatubo (1991). Em ambas foram observadas mudanças na temperatura planetária, calor latente dos oceanos, níveis dos oceanos, ciclo do carbono, precipitação e vazão de rios.

Simulações feitas por computador (acima) em estudo recente indicam que o resfriamento global no caso de grande erupção do Agung seria maior sob La Niña, fenômeno presente hoje no Pacífico Equatorial. Neste momento, a erupção ainda não é capaz de trazer mudanças de maior impacto na atmosfera, mas o comportamento de vulcões é de difícil prognóstico e as atenções seguirão voltadas para a Indonésia.