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O forte terremoto registrado no final da segunda-feira na província de San Juan e que teve uma magnitude de 6,6 foi sentido em locais muitos distantes como a cidade de Buenos Aires e, no Brasil, até no Rio Grande do Sul e no estado de São Paulo. Por que a terra tremeu em lugares tão longe do epicentro e o que explica muita gente sequer ter percebido o tremor em cidades que relataram o abalo?

Rodovia de San Juan nesta terça após o forte terremoto na província ontem à noite

O principal fatore, explicam os geólogos, foi a grande intensidade do abalo que atingiu a magnitude de 6,6. Foi um dos mais intensos já observados na região em décadas. Com o tremor muito forte, ondas sísmicas se espalharam pela placa tectônica da América do Sul e chegaram a locais muito longe do epicentro como a cidade de São Paulo. Não foi algo inédito, uma vez que grandes terremotos no Chile e na Bolívia já foram percebidos no estado de São Paulo e até em Brasília.

Agora, por que algumas pessoas sentiram o tremor em cidades do Rio Grande do Sul e de São Paulo, mas a esmagadora maioria não percebeu nada. Os experts em terremotos dizem que normalmente quem percebe os abalos sísmicos em locais distantes estão em posições elevadas, uma vez que os edifícios vibram e quem está em andares mais altos sente a oscilação. O tipo de terreno em que estão as construções também importa e influi no fato de as pessoas sentirem ou não um terremoto forte a milhares de quilômetros.

Porto Alegre já tremeu por um forte terremoro. O CPRM recorda que em 8 de junho de 1994, a capital gaúcha foi atingida pelas ondas sísmicas provocadas por um terremoto que ocorreu na Bolívia, a 2.200 km de distância. O abalo, que atingiu 7,8 graus na escala Richter, foi mais forte que aquele ocorrido nos Estados Unidos em janeiro daquele ano, e que, com uma magnitude de 6,6 graus, destruiu diversos bairros de Los Angeles. O terremoto da Bolívia, porém, teve consequências bem menos sérias porque seu hipocentro situou-se a grande profundidade, 600 km abaixo da superfície.

Em Porto Alegre, o terremoto boliviano de 1994 foi sentido por algumas pessoas, fez sacudir lustres e objetos suspensos; a vibração de móveis nos andares mais altos de alguns edifícios, e ainda fez girar ventiladores que estavam desligados. Esse sismo levou 5 minutos e 38 segundos para ser sentido em Porto Alegre, tempo que as ondas sísmicas, viajando a 6,5 km/s, levaram para percorrer os 2.200 km que separam a capital gaúcha do seu epicentro.