Quando no final de julho o Sul do Brasil enfrentava frio muito intenso e registrava a segunda maior nevada no Rio Grande do Sul neste século com temperatura muitíssimo abaixo da média, a península antártica estava com temperatura muito acima do normal.

Nesta semana, de calor muito intenso no Sul do Brasil e com recordes de temperatura máxima em agosto no Paraguai e no Nordeste da Argentina, opera-se o oposto. A temperatura está muitíssimo abaixo da média na região da península antártica.

A base polar argentina Marambio, na península antártica, registrou hoje uma mínima de 34,2ºC abaixo de zero, a menor do ano até agora. No começo da semana, a base também argentina San Martin igualmente teve a sua mínima do ano até agora com 30,8ºC abaixo de zero. Várias outras estações da península estão com as suas marcas mais baixas deste ano.

As mínima de hoje até 9h, hora de Brasília, foram de -26,5ºC na base Esperanza, -12,6ºC na estação Orcadas, -34,3ºC em Belgrano, -20,7ºC em Bernardo O’Higgins, -27,2ºC na base Orcadas 2, -21,4ºC na base Carlini e -19,3ºC na base Arturo Prat.

A menor marca hoje foi no ponto de medição em Fuji Dome da Universidade de Wisconsin, no interior da Antártida, com 67ºC abaixo de zero. Vostok, que costuma ter as menores mínimas, foi a 66,8ºC abaixo de zero.

Sinal de frio para o Brasil?

E aí fica a pergunta? Todo esse frio que está fazendo na península antártica significa que vem ar gelado para o Sul do Brasil. Não necessariamente.

As massas de ar polar que vêm da região antártica e chegam ao Sul do país observam diferentes trajetórias. A poderosa do final de julho teve origem a Oeste da península antártica, no Mar de Weddel.

Mesmo assim, o calor que se sente hoje não vai durar muito. A expectativa é que até o final deste mês possa ingressar uma massa de ar polar na parte meridional do Brasil.

Os modelos indicam uma incursão fria nos últimos dias do mês e alguns até já projetaram a possibilidade de neve, mas como se trata de um evento de frio daqui a dez dias é cedo e prematuro fazer previsão de intensidade ou de qualquer tipo de fenômeno associado, uma vez que a previsão pode ainda mudar bastante.