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Imagem aérea de uma casa destruída por um incêndio nas proximidades da rodovia SP-330 em Ribeirão Preto, estado de São Paulo, Brasil, durante a onda de queimadas do final da semana passada | CARLOS FABAL/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Cresce a suspeita de uma ação coordenada de terrorismo doméstico da onda de fogo que atingiu o interior do estado de São Paulo no final da semana passada com número recorde de queimadas que deixaram dois mortos, danos materiais e prejuízos calculados em centenas de milhões de reais.

De acordo com reportagem da agência de notícias Reuters, alguns dos suspeitos presos por atear fogo em plantações de cana-de-açúcar no estado de São Paulo disseram à polícia que estão ligados a uma gangue do crime organizado e estavam retaliando ações anticrime do governo, disse uma autoridade estadual nesta terça-feira.

Os incêndios que começaram na semana passada se espalharam rapidamente por campos ressecados durante o fim de semana, no pico da estação seca do país, e destruíram milhares de hectares de plantações de cana-de-açúcar, enviando nuvens de fumaça que cobriram cidades próximas.

O secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai, disse à Reuters que os incêndios começaram em locais diferentes ao mesmo tempo, o que indica que não foram acidentais.

O governo suspeita que uma das maiores gangues criminosas do Brasil, o Primeiro Comando da Capital – comumente conhecido como PCC – estava por trás dos incêndios, buscando retaliar contra medidas para combater o comércio criminoso de combustíveis adulterados.

O crime organizado comprou usinas de combustível falidas e centenas de postos de gasolina, disse ele, acrescentando que os incêndios podem ser uma forma de retaliação contra ações do governo no combate ao crime organizado.

O PCC foi criado em 1993 por presos de uma prisão de segurança máxima em São Paulo e passou do tráfico de drogas para se tornar a mais poderosa e temida gangue criminosa do Brasil.

O ministro da Agricultura, Carlos Favaro, descreveu anteriormente os incêndios em canaviais como criminosos, mas não deu detalhes.

Mais de 2.100 incêndios ocorreram em canaviais, resultando na queima de 59.000 hectares (146.000 acres) de áreas de cana-de-açúcar e áreas de rebrota de lavouras. São Paulo responde por cerca de metade do plantio de cana-de-açúcar do Brasil.

Os incêndios causaram perdas estimadas em 350 milhões de reais, segundo a Organização das Associações dos Produtores de Cana. O governador do estado, Tarcísio de Freitas, estimou as perdas totais em danos às plantações e outras propriedades e atividades em mais de 1 bilhão de reais.

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